Infância Urgente

quinta-feira, 20 de março de 2008

maus-tratos, a culpa é da empregada e eleições municipais

Abaixo, outro caso, maus-tratos contra menina de 12 anos.
Porém,praticado por uma empresária que agora acusa a EMPREGADA de cometer os maus-tratos. A empresária já manteve outras crianças sob maus-tratos. Outros pais, segundo indicam os dados, deixavam o/a filha com ela devido à carencia sócio-econômica.
Em ambos os casos (GO e SP), está nosso grande problema: a desigualdade social, ausencia do Estado e a naturalização da exploração da pobreza.
Ou lutamos realmente por direitos sociais, ou vamos ficar achando que estas "caridades" resolvem alguma coisa. Ao que tudo indica, desde o início da civilização, a "caridade" é uma grande máscara às perversões e as chances de oprimir o outro (nao sou eu que digo... vejam os seríssimos estudos de história social!)
O caso de Sao Paulo é ainda mais grave, demonstrando o desespero da mãe. Quantos casos similiares ocorrem, mas não sáo denunciados? Saliente-se, contudo, que o fato da mãe ser ex-presidiária não a desqualifica (como às vezes parece sugerir a forma que esta condição é anunciada). Sobre a situação: quantos de nós nem tem para onde encaminhar quando uma situação de drogadicção nos é colocada no cotidiano de trabalho?
Sem políticas públicas não tem como viabilizar direitos! Conveniamentos, etc, são inseguros. Precisamos de políticas permanentes. Esse ano o ECA fará 18 anos. Cobremos dos candidatos que tenham claramente em suas plataformas as ações para curto, médio e longo prazo para estruturar políticas permanentes, de Estado.
Desculpem a longa mensagem.
Abraço,
Aurea
18/03/2008 - 21h22

Acusada de torturar menina de 12 anos em GO possui histórico de maus-tratos

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KARIN BLIKSTAD
da Agência Folha
Presa na segunda-feira (17) em Goiânia (GO) acusada de torturar uma menina de 12 anos, Sílvia Calabresi Lima, 41, possui um histórico de maus-tratos, segundo a Polícia Civil.
Há seis anos, ela foi acusada de maus-tratos e castigos duros a uma criança de cinco anos que viveu com ela por aproximadamente três meses. Lima chegou a responder a processo.
Segundo o promotor que cuidou do caso na época, Saulo de Castro Bezerra, havia indícios de que Lima batia na criança e que os castigos se tornavam cada vez mais severos. O laudo do IML, no entanto, não confirmou os indícios e o processo foi arquivado no final de 2003.
Segundo Bezerra, assim como no caso da menina de 12 anos, a mãe biológica da garota de cinco entregou a filha porque acreditava que ela teria uma vida melhor com Lima, que mora em um bairro nobre da capital.
Sadismo
Para a delegada que cuida do caso da menina de 12 anos, Adriana Accorsi, a razão para tais atos é puro sadismo. "Ela é má. Achamos que ela gostava de torturar", disse. Lima, no entanto, não foi avaliada por psicólogos para um diagnóstico.
O advogado de Lima, Darlan Alves Ferreira, disse que não falou com a cliente para dar a versão das acusações.
Ontem, Lima negou as acusações à Folha e culpou sua empregada. A empregada dela, Vanice Maria Novais, 23, foi presa acusada de ser co-autora das agressões. À polícia ela confirmou as histórias de tortura e disse que ajudava porque a patroa mandava e ela não queria perder o emprego.
Nesta terça-feira o advogado tentou prorrogar o depoimento do marido de Lima --que pode ser indiciado por omissão-- para esta quarta-feira (19). Segundo o advogado, ele está em estado de choque e não poderia falar.
Outro caso
Uma jovem de 20 anos, que não quis ser identificada, também disse que sofreu maus-tratos de Lima há quatro anos. Ela afirmou não ter feito a denúncia na época porque ela e sua família foram ameaçadas.
"Ela trancava os armários e o telefone com cadeado, me proibia de comer e de fazer ligações", disse a jovem, por telefone, à reportagem.
Segundo ela, Lima dava empurrões e arremessava copos nela, mas não chegou a torturá-la.
A jovem foi trabalhar como empregada de Lima aos 15 anos e ficou lá por um ano, sem nunca receber salário. Segundo a jovem, ela era mantida presa dentro do condomínio.
A delegada Caroline Dias disse que o depoimento indica crime de cárcere privado, maus-tratos e trabalho análogo à escravidão. O inquérito deve ser incorporado ao da delegada Accorsi, que cuida do caso da menina de 12 anos, encontrada amarrada na casa de Lima.
A garota de 12 anos deve ficar no abrigo onde está até o juiz decidir quem ficará com a guarda. O Conselho Tutelar ouviu a família da criança e disse que, até o momento, não há elementos que impeçam que a mãe ou ou pai, que são separados, fiquem com a guarda.

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