Infância Urgente

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Velha/Nova Febem/Fundação Casa 222

"Doze pessoas feridas em rebelião na Fundação CASA de Ribeirão Preto/SP...".

Doze pessoas feridas em rebelião na Fundação Casa
Tumulto começou na manhã deste domingo e teria sido motivado pelos maus tratos sofridos pelos familiares durante revista
Guilherme Plaza

Doze pessoas ficaram feridas em uma rebelião neste domingo (28), em dois dos 12 módulos da Fundação Casa (ex-Febem), em Ribeirão Preto. Entre eles, seis agentes de segurança e seis internos.
Familiares faziam visita quando 34 adolescentes se rebelaram, às 10h30. O motim só terminou depois que o último dos seis agentes reféns foi liberado, após longa negociação com corregedores da fundação e com o diretor regional da instituição, Roberto Damásio. Segundo Damásio, os jovens reclamam de maus-tratos, motivo que teria dado início à rebelião.
Os familiares que presenciaram o início do motim foram saindo durante a tarde, mas afirmaram que não eram reféns. "As mães que ainda estão lá, os parentes, estão para proteger os meninos, para eles não apanharem ainda mais. Não são reféns, saem quando querem", afirmou A.D., irmão de um dos internos.
A trabalhadora rural Sueli Aparecida Cantelli afirma que funcionários da fundação foram violentos contra os adolescentes. "Eu vi. Meu menino sempre reclamou de maus-tratos, mas dessa vez eu vi e fiquei apavorada. E eu sei que eles vão descontar nos meninos depois", disse.

Sem informações

Cerca de 50 familiares que aguardavam notícias do lado de fora tentaram invadir a unidade, mas foram impedidos pela Polícia Militar. Segundo eles, nada era informado. "Isso é falta de respeito. As mães só vêem as ambulâncias saindo", disse um taxista que aguardava notícia do sobrinho.
A dona de casa A.M.P. foi à unidade, na rodovia Mário Donegá, para receber informações de seu filho. "Na hora que fiquei sabendo, corri pra cá. Achei que estivesse acontecendo na unidade em que ele está. E fiquei nessa angústia por muito tempo até que soube que era em outra unidade. Ninguém falava nada", afirmou.

Mães relatam agressões com pau e ferro

Conforme saíam, familiares relatavam a violência dentro da unidade. "Paus e pedras foram usados e até mesmo a trave da quadra", afirmou uma adolescente que visitava o marido.
Uma mãe que acompanhou o filho no atendimento médico na UBDS da Vila Virgínia afirma que, durante a rebelião, os agentes "espancaram" os internos com paus e ferros. "Eles bateram na nuca do meu filho. A irmã dele foi pedir socorro, o agente xingou a menina de 12 anos e falou que podia deixá-lo morrer", conta. Segundo ela, o adolescente entrou em convulsão e teve um braço quebrado. Ela também levou uma paulada no joelho.
Até o fechamento da edição, a assessoria de imprensa da instituição não informou o tipo dos ferimentos nos outros cinco internos, mas confirmou que que eles já haviam voltado para a fundação.
Dos seis agentes feridos, apenas um continuava internado até a noite de domingo, sem ferimento, mas em estado de choque. Os agentes liberados tiveram apenas ferimentos leves.

I nstituição faz sindicância

O diretor regional da Fundação Casa, Roberto Damásio, afirmou que uma sindicância será aberta para investigar as reclamações de maus-tratos. "A rebelião foi grave, tivemos 12 feridos em apenas duas unidades".
Segundo ele, é preciso afastar supostos agentes que utilizam da violência. "Como existe uma morosidade muito grande para concluir esses processos administrativos, vamos ouvir os jovens. O agente que for apontado vamos tranferir de setor", diz.
Damásio afirma que essa avaliação deve ser concluída até quarta-feira. "Os corregedores vão permanecer na cidade por mais alguns dias." A unidade tem 350 internos e 210 agentes.

fonte: http://www.jornalacidade.com.br/editorias/cidades/2011/08/28/doze-pessoas-feridas-em-rebeliao-na-fundacao-casa.html

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