Infância Urgente

terça-feira, 19 de julho de 2011

Missa e caminhada relembram os 18 anos da Chacina da Candelária

19/07 às 15h33 O Globo

Manifestação pelos 17 anos da Chacina da Candelária no ano passado/Foto: Marcelo Carnaval - O Globo

RIO - Lembrando os 18 anos da Chacina da Candelária, a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR) participa nesta sexta-feira de missa e caminhada pela morte dos jovens e adolescentes menores de rua que dormiam em frente à Igreja da Candelária, brutalmente assassinados no dia 23 de julho de 1993.


A cerimônia religiosa está marcada para 10h, e a marcha, batizada de "Caminhada em Defesa da Vida! Candelária Nunca Mais!", sai às 12h da frente da igreja e segue até a Cinelândia. Participam representantes da umbanda, do kardecismo, do catolicismo, da comunidade bahá'í, do Santo Daime, da Federação Israelista, do candomblé e da maçonaria. A iniciativa é da Pastoral do Menor Regional Leste 1, do Rio de Janeiro, em parceria com diversos grupos da sociedade civil.


"O evento é importante para que uma atrocidade como aquela não se repita. Apesar de acompanharmos através dos noticiários que esse tipo de crime continua acontecendo, como é o caso do menino Juan, assassinado recentemente em Nova Iguaçu", diz o babalawo Ivanir dos Santos, que participa todos os anos da caminhada.


Além da missa e da caminhada, o grupo realiza também a Vigília das Mães, uma ação de acolhimento àquelas que perdem seus filhos de forma violenta. A vigília acontece na quinta-feira, dia 21, das 18h às 22h, em frente à Igreja da Candelária.


Na madrugada de 23 de julho de 1993, oito pessoas, entre menores e maiores de idade, foram assassinadas quando dormiam ao relento em frente à Igreja da Candelária, no Centro do Rio. Até hoje, ninguém descobriu ao certo o que motivou a Chacina da Candelária, mas a hipótese mais aceita é que teria sido por vingança. Segundo as investigações, um grupo de menores teria assaltado a mãe de um policial militar na manhã do dia 22. Mesmo assim, não se descarta a hipótese de que os militares faziam parte de um grupo de extermínio, cujo objetivo era fazer uma "limpeza" no Centro Histórico da cidade.


Por ironia do destino, o único sobrevivente da chacina, Sandro Barbosa do Nascimento, protagonizou o sequestro do ônibus 174, que terminou com a morte de uma professora em 2000. Ferido por um tiro, foi levado ao hospital por policiais militares e chegou morto. O episódio deu origem a um documentário lançado no ano de 2002, dirigido pelo cineasta José Padilha, que arrebatou diversos prêmios, entre eles o Emmy Awards de 2005 de "Melhor Documentário".

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