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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Goiás: Policiais teriam feito 40 vítimas; governo cria comissão para investigar crimes

Publicada em 15/02/2011
Agência Brasil, Jornal Nacional

BRASÍLIA - Uma comissão para investigar os crimes da organização criminosa composta por policiais militares do estado foi criada pelo governo de Goiás. A organização foi desarticulada nesta terça-feira pela Operação Sexto Mandamento da Polícia Federal (PF). Segundo a PF, o grupo tinha como principal atividade a prática habitual de homicídio. Entre as vítimas dos criminosos estão crianças, adolescentes e mulheres, que não tinham ligação com crimes. Pelo menos 40 pessoas teriam sido vítimas dos policiais. Entre eles estariam Bruno Elvis, de 16 anos, e Adriano Souza, de 25, que desapareceram após uma abordagem policial no ano passado.

O governador Marconi Perillo afirmou que está "aliviado" pois agora tem certeza de que o Poder Público está agindo contra todo tipo de esquema criminoso.

A Polícia Federal cumpriu todos os 19 mandados de prisão expedidos pela Justiça. Entre os presos está o atual subcomandante-geral da Polícia Militar, o coronel Carlos Cézar Macário.

- Já assinei hoje de manhã a exoneração do subcomandante e já assinei também a comissão de alto nível sugerida pelo secretário de Segurança Pública para investigar e apurar os desaparecimentos - disse Perillo.

Além do subcomandante, a PF prendeu 12 militares em Goiânia. Mais seis foram presos pela própria Polícia Militar. O nome dos militares e dos civis presos não foram divulgados. Entre os investigados, estão o ex-secretário de Segurança Pública Ernesto Roller e o ex-secretário da Fazenda de Goiás Jorcelino Braga, suspeitos pela prática de tráfico de influência que resultaram nas promoções de patentes de integrantes da organização criminosa.

Os presos poderão ser indiciados por homicídio qualificado em atividades típicas de grupo de extermínio; prática de formação de quadrilha; tortura qualificada; falso testemunho; prevaricação (falta de cumprimento do dever na administração pública); fraude processual; ocultação de cadáver; posse ilegal de arma; e ameaça a autoridades, testemunhas e jornalistas.

A operação contou com a participação da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, do Ministério Público de Goiás, do Poder Judiciário de Goiás, da Secretaria de Segurança Pública do estado e dos comandos da Polícia Militar e da Polícia Civil de Goiás.

A Polícia Federal e a Secretaria de Segurança Pública começarão a trabalhar na localização das pessoas que desapareceram depois de serem abordadas pelos acusados. Os locais onde os corpos teriam sido 'desovados' também estão sendo procurados. Foi criado um canal de denúncia com o endereço denuncia.srgo@dpf.gov.br, por meio do qual a população poderá fornecer informações que auxiliem nas buscas e que esclareçam os crimes praticados pela organização. A identidade dos denunciantes será preservada.

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