Participação no total de desocupados caiu, mas ainda revela desigualdade, segundo Comunicado do Ipea nº 76
O Comunicado do Ipea nº 76, Desemprego e desigualdade no Brasil metropolitano, divulgado nessa quinta-feira (10) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, aponta que mais da metade dos desempregados das seis principais regiões metropolitanas do País (Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Recife) fazem parte da população mais pobre. O estudo foi apresentado pelo presidente do Ipea, Marcio Pochmann.
De acordo com a pesquisa, a participação relativa dos desempregados pobres no total de desemprego aberto no mês de dezembro, em 2005, era de 66,9%. Embora tenha havido uma queda significativa em 2010, os pobres no Brasil ainda representam mais da metade dos desempregados, correspondendo a quase 55% do total.
Apesar dessa desigualdade no desemprego, a desocupação no País está em queda, houve um aumento na ocupação e notou-se, também, aumento real do rendimento do conjunto dos ocupados. Entre dezembro de 2005 e 2010, o número de desempregados caiu 31,4%, e o número de ocupados cresceu 12,7. Os dados primários analisados são da Pesquisa Mensal de Emprego, do IBGE.
A análise do tempo gasto com a procura de trabalho mostra que houve mudanças significativas desde 2005. Em dezembro de 2005, os desempregados mais pobres passavam, em média, mais tempo procurando emprego que os demais. No mesmo período em 2010, os que mais dedicaram tempo à busca por uma nova vaga foram os desempregados de domicílios de renda mais elevada.
Para Marcio Pochmann, o Brasil possui a oportunidade de avançar mais em suas políticas públicas, podendo desenvolver melhor o mercado de trabalho. Com isso, seria possível reduzir as desigualdades de rendimento e a parcela da população em situação de pobreza.
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