Cacique de 72 anos foi morto em 2003, em Juti (MS).
Do G1, em São Paulo
O quinto dia do julgamento dos três acusados de participar do assassinato do cacique guarany-kaiwá Marcos Veron, em janeiro de 2003, em Juti (MS), começou por volta das 8h desta sexta-feira (25), com o debate entre a acusação e a defesa. A previsão é que essa fase dure cerca de dez horas. O julgamento é realizado em São Paulo, no Fórum Federal Criminal.
Após o debate, os jurados deverão votar os quesitos que definem o destino dos acusados e a sentença será proferida. De acordo com a assessoria de imprensa da Justiça Federal, o julgamento deve terminar ainda nesta sexta. A previsão inicial era de que o julgamento levaria pelo menos oito dias.
Na quinta-feira (24), os três réus foram ouvidos. Cada um deles foi interrogado por cerca de 1h30. Antes dos réus, foram ouvidas uma testemunha de defesa e uma testemunha do juízo, que foi indicada pelo juiz.
Julgamento
O júri teve início na segunda-feira (21), com osorteio dos sete jurados e a leitura das peças processuais. Na terça-feira (22), seis vítimas indígenas que teriam sido agredidas pelos acusados prestaram depoimento.
Na quarta-feira (23), segundo a Justiça Federal, o terceiro dia teve início com o depoimento da sétima vítima, que sobreviveu após ser agredida pelos acusados. Em seguida, cinco testemunhas de acusação prestaram depoimento. A primeira testemunha de defesa também foi ouvida na quarta-feira.
Crime
O crime aconteceu em janeiro de 2003 no município de Juti, em Mato Grosso do Sul. Os acusados teriam ameaçado, espancado e atirado em chefes indígenas, incluindo o cacique Veron, que na época tinha 72 anos. O cacique foi levado para o hospital com traumatismo craniano, mas não resistiu e morreu.
No decorrer do processo, o júri foi transferido de Mato Grosso do Sul para São Paulo a pedido do Ministério Público Federal, que alega que naquele estado não há condições de isenção suficientes para garantir um julgamento imparcial. O Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) também determinou que o júri ocorra em São Paulo para evitar que a decisão sofra influência social e econômica dos supostos envolvidos no crime.
Em 2010, o julgamento chegou a ser suspenso duas vezes. No primeiro julgamento, o adiamento ocorreu porque a defesa dos réus apresentou atestado médico. O segundo adiamento ocorreu em maio, por conta da impugnação do tradutor designado para atuar na sessão. O Ministério Público abandonou o julgamento e ele foi suspenso.
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