Mesa-redonda: "A Ditadura Militar morreu?"
Debate sobre a Ditadura lança Revista Adusp em 16/04/09
Debatedores:
Fábio Konder Comparato
(Faculdade de Direito/USP)
Gerhard Malnic
(Instituto de Ciências Biomédicas/USP)
Maria Victória Benevides
(Faculdade de Educação/USP)
Moderador:
João Zanetic
(Instituto de Física/USP)
-x-x-x-
A edição 44 da Revista Adusp será lançada no dia 16/4, às 18 horas, no auditório Abrahão de Moraes do Instituto de Física, com debate sobre o tema A Ditadura militar morreu? Os professores Fábio Konder Comparato (FD/USP), Gerhard Malnic (ICB/USP) e Maria Victoria Benevides (FE/USP) serão os debatedores, cabendo a coordenação ao professor João Zanetic (IF/USP).
O título do debate é o mesmo da revista, que aponta, em diversas reportagens e artigos, uma série de legados problemáticos da Ditadura militar (1964-1985), desde a impunidade dos agentes da repressão política até a mentalidade da cúpula das Forças Armadas, a qual não hesita em colocar-se acima da sociedade, ignorando decisões judiciais, resistindo ao poder civil e insistindo em manter sob tutela partes do Estado brasileiro, como assinala o editorial da edição 44.
A reportagem sobre a perseguição da Aeronáutica aos controladores militares de vôo que realizaram uma greve de zelo em 2007, perseguição que se traduziu em prisões, condenações e expulsões, é um dos pontos fortes da edição. Outros destaques: o reencontro de ex-alunos da USP, quarenta anos após a invasão do Crusp por tropas do Exército e da Força Pública; a homenagem da Faculdade de Medicina a oito professores que foram exonerados ou perseguidos pelo regime militar; a entrevista com o ministro Paulo Vannucchi, da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH).
Outras matérias da revista registram a movimentação existente na sociedade brasileira, nos dias de hoje, realizada por ex-presos políticos e por familiares de mortos e desaparecidos (e que encontra acolhida em alguns setores do Estado), em busca de punição para torturadores e assassinos; de reparações para as vítimas; e do direito à memória, para que se conheça a realidade do período ditatorial.
Debatedores
O professor Comparato é ativo protagonista desse movimento por justiça e verdade, entre outros motivos por atuar como um dos advogados da família de Luis Eduardo Merlino (jovem jornalista assassinado pelo DOI-CODI em 1971), em processo judicial para que o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra seja declarado torturador.
A professora Maria Victória, por sua vez, é uma ativista da educação em direitos humanos. Integra o Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos, ligado à SEDH, e faz parte da diretoria da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Direitos Humanos.
Recentemente, ao contestarem editorial da Folha de S. Paulo que qualificava o regime militar brasileiro como ditabranda, os professores Comparato e Maria Victoria foram alvo de ofensas do jornal. Ao atacar docentes de grande prestígio acadêmico e reconhecida dedicação à luta democrática, a Folha deu um mau passo que mais tarde tentou desfazer, ao admitir parcialmente seu erro, após manifestação de protesto à sua porta.
O professor Malnic não se envolveu diretamente com política nos chamados anos de chumbo, mas foi esse distanciamento que lhe permitiu ajudar pessoas que eram caçadas pela repressão política. Entre elas, o então estudante de medicina Paulo Vannuchi.
Espera-se, assim, que o debate de 16/4 traga variadas contribuições, não só a partir da rica experiência pessoal de Comparato, Maria Victória e Malnic, mas também do público.
-x-x-x-
Data: 16 de abril de 2009 (quinta-feira)
Horário: 18h
Local: Anfiteatro Abrahão de Moraes - Instituto de Física/USP - Rua do Matão, Travessa R, 187 - Cidade Universitária - São Paulo/SP
Entidade responsável: ADUSP - Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo
Fones: (11) 3813-5573 / (11) 3091-4465 / (11) 3091-4466
E-mail: adusp@adusp.org.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário