O MLST (Movimento de Libertação dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) está construindo, em mutirão, 160 casas a um custo de R$ 7 mil cada uma. Os recursos de R$ 1,120 milhão vieram do governo federal para as famílias do assentamento Santo Dias da Silva, que fica na fazenda da Barra, em Ribeirão Preto. As casas de 42 metros quadrados têm dois quartos, uma sala, uma cozinha e um banheiro e também são entregues com laje.
Segundo Marcos Praxedes, do diretório nacional do MLST, foram economizados 40% dos recursos disponibilizados pelo governo federal porque o material foi comprado direto de fábricas em Franca, São José do Rio Preto e Minas Gerais.
Segundo ele, a escolha das fábricas levou em conta três fatores: qualidade, material de primeira linha, os preços, e a forma de pagamento.
“A nossa intenção era baratear o custo e conseguimos. Por isto, estamos entregando a nossa casa com laje. Quem tinha dinheiro guardado fez uma casa maior”, afirmou.
Segundo o engenheiro José Aníbal Laguna, os sem-terra conseguem construir uma casa a preço mais barato que os programas oficiais do governo porque eles não possuem a infraestrutura que os conjuntos habitacionais oferecem.
“Quem constrói tem encargos sociais com os empregados, tem responsabilidade civil e, por isto, a casa sai mais barato, é tudo informal”, disse.
Alegria
Quem está contente com a nova moradia é a dona-de-casa Lindinalva dos Santos, 58 anos, que está no assentamento há seis anos. Ela mora com o marido, mas em breve os filhos deverão fazer companhia ao casal.
“Eu morava em Franca e sempre sonhei com um pedaço de terra. Agora tenho a terra e minha casa. Dois sonhos realizados”.
No terreno de 14 mil metros quadrados, ela também planta arroz, feijão, soja e mandioca. “Este ano colhi feijão que dá para dois anos. Nunca fui tão feliz na minha vida”, afirmou.
Wellington Fernandes Silva e a mulher Andréa Campos constroem juntos a nova moradia, que deve ficar pronta nos próximos dias. Jovens eles pretendem cultivar a terra e vender a colheita para os comerciantes de Ribeirão Preto e região.
“Agora o nosso assentamento está 100%. Sair do barraco e ir para a casa de alvenaria representa 100% de melhoria na nossa vida e colher o mantimento da nossa terra não tem alegria maior que essa”, afirmou.
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