A Agência das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) alerta para uma nova crise alimentar global, na medida em que a produção agrícola de alimentos não está sendo ampliada.
Em linha com a FAO, Peter Brabeck, presidente do conselho de administração da Nestlé, previu que a crise de alimentos "ficará pior" e que os preços de alimentos tendem a subir este ano, diante da alta da demanda, entre 3% e 4%.
"A situação está ficando muito perigosa", disse Jacques Diouf, diretor-geral da FAO, num seminário em Bancoc (Tailândia). A agência da ONU projeta declínio na produção global de cereais este ano devido ao menor plantio e condições meteorológicas ruins, deixando 32 países precisando de assistência.
Em 2007 e 2008, as cotações de produtos como milho, arroz e outros grãos bateram recordes. Com a crise financeira global e menos especulação nos mercados futuros, os preços de várias commodities diminuíram em um terço.
Ainda assim, segundo Diouf, os custos de grãos estão 27% acima do valor cotado em 2005. Os estoques de alimentos estão baixos. O diretor da FAO considera possível que o número de pessoas mal-alimentadas passe de um bilhão neste ano, na medida em que os preços aumentarem, como previsto.
Reforma Agrária: mais atual que nunca
Remando contra a maré, em setembro do ano passado também a FAO admitiu a necessidade de investir na agricultura familiar. Segundo a organização, US$ 30 bilhões terão de ser investidos por ano para dobrar a produção de alimentos, ajudar os pequenos produtores, tornar os alimentos acessíveis e reduzir a fome.
No Brasil, a agricultura familiar é a principal responsável pela produção de alimentos. Daquilo que chega à mesa dos brasileiros, mais de 60% vem da agricultura familiar. Ela produz 78% do feijão, 84% da mandioca, 58% dos suínos, 54% da bovinocultura do leite, 54% do milho, 60% do trigo e 40% de aves e ovos.
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