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segunda-feira, 7 de junho de 2010

Redução da mortalidade materna e das desigualdades de gênero são desafios do Brasil, afirma governo

Redução da mortalidade materna e das desigualdades de gênero são desafios do Brasil, afirma governo
(02/06/2010 - 12:36)


4º Relatório Nacional de Acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio foi divulgado ontem (1/6) pelo governo brasileiro

Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil


Rio de Janeiro (Brasil) - A redução dos índices de mortalidade materna e a ascensão das mulheres a cargos no alto escalão do governo e de empresas privadas são os maiores desafios para o Brasil cumprir as Metas do Milênio até 2015. A constatação está no 4º Relatório Nacional de Acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, que foi apresentado ontem (1/6) em seminário no Rio de Janeiro.

Elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o documento aponta um avanço ainda lento em relação à saúde materna. No início da década eram registradas 140 mortes para cada 10 mil mulheres gestantes ou pós-parto. Atualmente, o número caiu para 75, mas a meta para os próximos cinco anos é reduzir a proporção para 35.

“Esse é um problema que ainda não conseguimos resolver e sei que ainda temos um trabalho grande para termos menos mulheres morrendo em função da gravidez ou do parto”, admitiu Wagner Caetano, secretário nacional de Articulação Social da Secretaria Geral da Presidência da República.

Alto índice de mortes evitáveis
A coordenadora do Movimento Nacional pela Cidadania e Solidariedade, Rosa Alegria, que também acompanhou o seminário, alertou para a gravidade da questão e responsabilizou as prefeituras pelo não acompanhamento das gestantes e pela falta de diagnóstico. “O índice de cumprimento desta meta está muito lento e acredito que se deve à falta de diagnóstico pelas prefeituras. O mais grave é que quando conseguimos os números, vemos que são alarmantes e que ainda temos muito trabalho para reduzir as mortes de mulheres gestantes ou que recém deram luz”, completou.

Sobre a equidade de gênero em relação a ascensão a cargos de chefia, o relatório mostra também grandes diferenças, com desvantagem para as mulheres. Wagner Caetano, entretanto, atribuiu as diferenças a questões culturais que “estão sendo trabalhadas”.

Rosa Alegria lembrou ainda que no âmbito das decisões e de cargos de poder, a mulher brasileira está bem atrasada. “Na América Latina, o Brasil está bem atrás de países como a Colômbia e a Argentina”. “Já em relação a outras metas, como da redução da pobreza, educação para todos, defesa do meio ambiente e redução da mortalidade infantil, o Brasil está caminhando muito bem”, avaliou a ativista.

De acordo com o relatório, o Brasil alcançou a meta de reduzir a pobreza em 2005, quando foram traçados novos números para a erradicação da fome. "Já percorremos 26 estados e o Rio de Janeiro é o último. Estamos chamando a sociedade civil para discutir as ações positivas e também as que não foram alcançadas para chegarmos a 2015 com o dever de casa cumprido”, concluiu Caetano.

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