Infância Urgente

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Aumento da pobreza

Inflação e alta dos alimentos vai colocar na miséria mais 6 milhões de brasileiros

Pesquisa do BID prevê aumento de seis milhões de pobres abaixo da linha da pobreza decorrente das altas dos alimentos que nos últimos dois anos tiveram elevação de mais de 60%

14 de agosto de 2008

Uma das conseqüências do aumento da inflação é o aumento dos produtos de primeira necessidade da população. O campeão em alta de preços são os alimentos que somente no último ano registrou mais de 50% de aumento nos produtos da cesta básica brasileira. Em média, os alimentos subiram 68% em todo o mundo de janeiro de 2006 a março de 2008. Como a população pobre gasta mais de 50% da renda em alimentação o impacto destes aumentos é devastador.

Com a alta dos alimentos, milhões de trabalhadores estão perdendo a renda para sustentar suas famílias. O contingente de pessoas que estão sendo afetadas pela crise é descomunal. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) divulgou uma pesquisa em que aponta um crescimento da pobreza no Brasil devido os efeitos da alta da inflação e aumento dos alimentos. O efeito gerado pelo aumento dos preços dos alimentos vai acrescentar um contingente de 6,16 milhões de brasileiros aos mais de 70 milhões de miseráveis que sobrevivem hoje no País. Segundo o BID, este aumento deve elevar de 28,3% a 31,5% a população que vive abaixo da linha da pobreza.

A pesquisa também abrangeu os países da América Latina, onde a situação, comparativamente ao Brasil é ainda pior. No estudo, o México vai subir de 20,6% para 27,5% a pobreza, El Salvador terá aumento de 35,1% para 41,7% e Costa Rica de 19,7% a 23,6%.

O BID ainda recomendou que os países destinassem parte do PIB (Produto Interno Bruto) para os pobres para que o consumo, anterior aos aumentos, fosse mantido. Países como o Haiti teriam que destinar 12% do PIB para manter o consumo anterior, o Peru teria que investir 4,4% do PIB, a Nicarágua 3,7% e o Brasil, 1,28% que pode ser baixo em termos percentuais, mas em valores reais é bem superior aos outros países, pois tem o maior PIB da América Latina.

A pesquisa foi realizada com 19 países da América Latina e Caribe que estão em situação de alto risco de aumentar a pobreza.

Atualmente na América Latina existem 209 milhões de pessoas em estado de pobreza. Somente a alta dos alimentos já levaram para a miséria 130 milhões de pessoas, das quais, oito, entre dez, são mulheres ou crianças.

Segundo o estudo, o aumento dos preços dos alimentos vai fazer com que o número de miseráveis na América Latina aumente ainda mais 26 milhões.

A situação ainda é bastante indefinida, ou seja, não tem previsão para que a crise financeira acabe. Segundo uma pesquisadora do BID, “Neste momento, os pesquisadores não têm como determinar que proporção dos fatores que vêm empurrando os preços para cima será permanente ou transitória" (Infomoney, 13/8/2008).

Ao contrário da propaganda oficial do governo e da imprensa burguesa de que as condições de vida da população estão só melhorando, o que vemos é um aumento do custo de vida resultante do aumento da inflação, principalmente sobre os alimentos.

Esta situação também não é, como querem afirmar os apologistas do governo, um fenômeno natural da economia. A política dos governos burgueses anteriores e de Lula levou boa parte da população à miséria, com o desemprego, o arrocho salarial e as brutais transferências de dinheiro do povo para os capitalistas através do aumento de impostos, das reformas previdências etc. Para completar o quadro, a política destes governos esteve voltada para liquidar toda a assistência social governamental como a aposentadoria, educação, saúde etc.

Fonte:http://www.pco.org.br/conoticias/ler_materia.php?mat=8228

Nenhum comentário: