EDITORIAL
O que prejudica o Brasil
A direita brasileira continua muito atuante, tem uma agenda própria e articula ataques em várias frentes contra o que pode ameaçar seus interesses. O oligopólio da mídia neoliberal-burguesa expressa exatamente o que quer e o que faz a direita, que atua nas instituições públicas, nos poderes da República, nos bastidores da política e da economia. A direita cuida especialmente da defesa do capital, das vantagens econômicas do empresariado, dos privilégios patrimoniais das elites e do poder político das oligarquias.
Desde o final do ano passado a direita brasileira cerrou fileiras para enterrar de vez o esclarecimento dos crimes praticados pelo Estado na ditadura militar (1964-1985), em especial o que foi suscitado pelo 3º Programa Nacional dos Direitos Humanos, lançado em dezembro, e que levou o presidente da República a fazer alterações ao gosto dos setores mais reacionários. A direita não quer saber de Comissão da Verdade e da Justiça, não quer passar a limpo a história da prisão, tortura, morte e desaparecimento de opositores políticos.
A direita ataca as propostas de democracia participativa, tudo o que possa aperfeiçoar o sistema representativo e assegurar ao povo o papel de sujeito da história. A direita critica a realização de conferências nacionais que possibilitam a formulação de políticas públicas, assim como as propostas de plebiscitos e referendos para as grandes definições nacionais.
Amarrada aos pontos do Consenso de Washington, mesmo com o fracasso e a crise do neoliberalismo em todo o mundo, notadamente na América Latina, a direita brasileira continua defendendo a privatização de serviços públicos, rodovias, portos, aeroportos, educação e saúde – apesar da péssima prestação de tais serviços pelas empresas privadas.
Ao mesmo tempo rejeita, com muita força, todas as medidas que possam melhorar as condições de vida e trabalho do povo brasileiro. No momento, ataca a redução da jornada de trabalho para 40 horas e a mudança nos critérios das aposentadorias. A direita não tem o menor interesse que os trabalhadores conquistem uma vida com dignidade, que as leis trabalhistas sejam cumpridas.
A direita não se importa com a construção de um País mais justo, que assegure igualdade de oportunidade para todos, que amplie direitos, que trate do bem-estar das pessoas antes do lucro e do sucesso das empresas. Conhecer mais sobre a direita é identificar quem realmente tem prejudicado o Brasil.
Sumário
POLÍTICA
04 Bloqueio no Congresso Nacional impede avanços sociais e democráticos.
Por Hamilton Octavio de Souza.
06 Nova direita brasileira quer apagar as lutas políticas e contradições sociais.
Por Virgínia Fontes.
ECONOMIA
07 Presidente do Banco Central manda nos juros e na concentração financeira.
Por Lúcia Rodrigues.
09 A direita hoje é uma fração da classe burguesa transformada em gangue.
Por Francisco de Oliveira.
DIREITOS HUMANOS
10 Práticas da ditadura são usadas contra os pobres com a conivência das elites.
Por Tatiana Merlino.
12 Anistia, justiça e a construção do futuro sem a vitória da impunidade.
Por Ivan Seixas.
CULTURA
13 Com incentivos fiscais grandes empresas controlam a produção cultural.
Por Julio Delmanto.
15 A regra é clara: o Estado paga tudo e o capital exerce a livre iniciativa.
Por Iná Camargo Costa.
MÍDIA
16 O imenso poder hipnótico dos grupos que monopolizam a comunicação.
Por José Arbex Jr.
MOVIMENTOS SOCIAIS
19 Poder econômico usa instituições públicas para reprimir o povo trabalhador.
Por Otávio Nagoya.
21 Os desafios dos trabalhadores na luta contra a atuação da direita.
Por Gilmar Mauro.
EDUCAÇÃO
23 A má qualidade da educação é instrumento para manter a desigualdade.
Por Otaviano Helene.
24 O processo de privatização da educação continua a todo vapor.
Por Gabriela Moncau.
JUDICIÁRIO
26 A instituição é usada para criminalizar os movimentos sociais.
Por Kenarik Boujikian Felippe.
27 O Estado orienta a Justiça ao tratamento desigual para ricos e pobres.
Por Deborah Oliveira.
REPRESSÃO
28 Vários torturadores da ditadura militar continuam em cargos públicos.
Por Lúcia Rodrigues.
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