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O Estado mexicano precisa adotar legislações mais preventivas, além das punitivas, para os crimes de exploração sexual comercial de meninos/as e adolescentes. A avaliação é do organismo Visão Mundial no México e se baseia nos altos índices desse delito nas fronteiras e nos pontos turísticos do país.
"A Visão Mundial considera que se requerem avanços legislativos não somente punitivos, mas também em matéria de prevenção. Faz falta a garantia de que as meninas, os meninos e os/as adolescentes sejam tratados como vítimas e não como delinquentes, e que suas vozes sejam escutadas e levadas em conta", diz um informe do organismo, divulgado ontem (29).
Com operativos esporádicos não se atende o problema, é necessário atualizar as leis, sensibilizar os órgãos promotores de justiça e a atenção permanente ao problema por parte de autoridades, meios de comunicação e sociedade em todo o país, considerou Juan Antonio Veja, assessor em direitos humanos da Visão Mundial.
Para o grupo, a prevenção deve ser feita nas comunidades "através de oficinas de prevenção da violência familiar, atenção às causas que geram a pobreza, organização comunitária e apoio psicossocial".
A difícil prevenção do crime está associada às quantidades de dinheiro envolvidas, à tolerância ou cumplicidade das autoridades locais, estatais e federais, à passividade da comunidade e à ampla extensão geográfica, pontuou o informe do organismo.
A preocupação da Visão Mundial se baseia nos altos índices de exploração sexual de meninos/as e adolescentes no México. Quase 80% das vítimas são meninas entre 10 e 14 anos de idade, aponta a organização.
Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), havia, em fevereiro de 2008, cerca de 70 mil meninos, meninas e adolescentes sendo explorados no país, 50 mil deles nas fronteiras e 20 mil, principalmente, nas regiões turísticas. Sem contar, claro, os casos em que as vítimas não denunciam sua exploração.
Os principais locais onde ocorrem a exploração são Cidade do México, Tijuana, Ciudad Juárez, Guadalajara, Acapulco, Tapachula e Cancún.
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