Infância Urgente

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Cresce o número de pessoas mortas pela PM

Aumento foi de 40% no primeiro trimestre deste ano ante o mesmo período do ano passado (de 104 para 146 mortos)

No 1º ano da gestão do secretário Ferreira Pinto, total de mortos por PMs subiu 54%; para coronel da reserva, dado é alarmante

ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Cresceu o número de pessoas mortas em confronto com policiais militares de SP. A alta foi de 40% nos três primeiros meses deste ano em comparação ao mesmo período de 2009: subiu de 104 para 146 mortos.
Já o total de PMs mortos em situação de confronto passou de três para cinco.
O aumento dos chamados casos de "resistência seguida de morte" coincide com o início da gestão do secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, que assumiu o cargo em março do ano passado.
Nos últimos 12 meses, de abril de 2009 a março deste ano, o número de mortes provocadas por PMs em serviço foi 54% maior do que nos 12 meses anteriores, na gestão de Ronaldo Marzagão.
Ao assumir, Ferreira Pinto, chamado de "linha dura", defendeu uma atuação mais intensiva da PM e da Rota.
Ao participar da cerimônia de troca de comando da Rota, fez elogios ao batalhão de elite da PM e disse que a unidade voltaria às ruas. "E o enfrentamento? Ora, o enfrentamento é uma opção do criminoso. Só dele!", discursou o secretário.
E completou: "Em matéria de segurança, o politicamente correto beira à hipocrisia".
Ao mesmo tempo, o novo secretário iniciou rigorosa investigação de crimes envolvendo policiais civis - o que lhe rendeu elogios e inimigos.

Roubos em queda
O aumento do número de pessoas mortas pela PM ocorre no momento em que o governo reduziu os índices de crimes contra o patrimônio, que vinham batendo recordes históricos, como os roubos.
Na comparação entre os três primeiros meses de 2009 e de 2010, houve queda do total de roubos (13%), furtos (5%), furtos de veículos (10%), roubos de veículos (12%) e roubos de cargas (7%). Por outro lado, os homicídios cresceram no Estado 7% e, na capital, 23%.

Alerta
Para o coronel da reserva José Vicente da Silva, consultor na área de segurança, esse índice de letalidade pode ser considerado alarmante. "O alarme do governo deve estar soando."
Segundo o policial aposentado, os estudos internacionais apontam como "tolerante" uma média de, numa situação de confronto, dez civis mortos para cada policial assassinado.
Nos últimos 12 meses da gestão Ferreira Pinto, 18 PMs morreram durante o horário de serviço -uma média de um para 31 bandidos mortos.
Para o coronel da reserva, é preciso ficar atento para que não haja mortes travestidas de confrontos. Para isso, todos os casos devem ser investigados. E o comando deve sinalizar que não tolera abusos. "Quando o governo dizia "Vamos colocar a Rota na rua", o pessoal já entendia o recado."


Fonte: FSP

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