olá companheiros do mesu. sou professora, casada com um educador social que trabalha na fundação CASA. Sempre digo que casa é a da gente, infelizmente a estrutura daquela fundação ainda é a da FEBEM, ali os meninos estão internados sob medida socioeducativa, portanto seu histórico, contexto de vida, exige do Estado e da Sociedade civil muito mais politicas do que as que tem ocorrido em nossa " democracia". Quero aproveitar a oportunidade e divulgar que, na unidade Itaquera, hoje, temos 32% de paralisação. Em sua maioria,são servidores do setor operacional, a partir de segunda começa uma nova luta, é preciso convencer os servidores do setor técnico, pedagógico, administrativo, esportivo e profissionalizante. Em Guaianazes, o quadro é bem parecido, deve estar por volta de 35% de paralisação. A unidade de Ferraz de Vasconcellos está funcionando 100%, se brincar, está acima disso. A Assembléia Geral dos servidores da fundação CASA ocorrerá terça-feira, dia 1 de junho, às 9:30hs na sede do Sitraemfa - av. celso garcia, 4031 - bairro tatuapé. Lá os trabalhadores farão a análise do movimento junto a direção do sindicato. Muito mais do que uma reivindicação salarial, esse movimento tem por finalidade descortinar as ações opressoras, autoritárias, os assédios morais, as ameaças, as quais tem acontecido em diversas unidades. Os trabalhadores tem vivenciado de fato a pedagogia da opressão, a greve é uma reflexão sobre ela e uma tentativa de matar o opressor que temos hospedado em nós. Quando aceitamos mudar de turno de trabalho sem uma razão convincente, quando funcionários se submetem aos assédios de chefia, quando educadora social é colocada de castigo, sentada, em frente a porta da coordenação, interiorizamos a opressão ressecando o solo do coração ( Maiakovsky já nos dizia). Nesse governo o que se vê de fato é a chefia jogando um funcionário contra o outro, impedindo qualqu er possibilidade de trabalho coletivo, tão necessário para os educadores que vivenciam a tentativa de ressocializar os adolescentes em conflito com a lei. Não queremos ver os meninos de tranca, o que queremos é construir um trabalho, portanto, disciplinar, mas que tenha por objetivo a vivência de uma ética de solidariedade. Disciplina não está restrita a obediência, disciplina significa obedecer a si próprio. Ter unidades com a voz, a oração, o sentido do PCC no coração e na mente de nossos adolescentes, não significa nada para nós. Aliás significa estar perdendo a guerra, não realizar nosso ofício que é o de ser educador social e contribuir com a construção e uma sociedade que alargue o campo da inclusão. Nós, defendemos, e sonhamos com uma outra concepção de vida, de cidadania, de inclusão social. Para que isso ocorra, a sociedade precisa mudar, precisa de fato se democratizar. Não é com redução da maioridade penal, com descentrali zação das unidades confinando-as nas periferias mais distantes, sem nenhuma infra-estrutura, que iremos ressocializar os nossos adolescentes. Muitos dos quais carecem de tudo: afeto familiar, condições materiais de sobrevivência, perspectiva de um dia fazer parte de uma sociedade norteada pela ética da solidariedade, desconstrução da pedagogia da opressão que conhecem tão bem. Ora os meninos são oprimidos, ora oprimem com maestria. Nessa estrutura vertical, altamente hierarquizada, estamos longe da vivência da Pedagogia da esperança, dizer não nesse momento, é retomar a Pedagogia da Indignação. A greve é um momento radical, não é fácil se expor, poder perder tudo. Para o trabalhador o trabalho é o que o integra na sociedade, contudo, calar nesse momento, é hospedar em si o opressor. Não temos saída. Essa mobilização dos trabalhadores, tem ainda essa utopia, voltar a caminhar nessa direção, olhar para frente, mantendo a Esperança.
PALAVRA DE ORDEM: NÃO AOS PROGRAMAS E EQUIPAMENTOS DE FACHADA,
SIM A CONSTRUÇÃO DE FATO DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE NO PAÍS, EM ESPECIAL NO ESTADO DE SÃO PAULO.
NÃO AO VAMPIRISMO AUTORITÁRIO DO GOVERNO SERRA/GOLDEMANN
SANGUE É PARA VIDA...
Vamos doar sangue nos hospitais, convocamos todos os servidores da Fundação CASA, a se unirem nessa ação contra a opressão.
Prof. Cristiane.
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