Jornal O Dia, em 10 de setembro
POR RICARDO ALBUQUERQUE
Rio - Quatro cabos da Polícia Militar e uma mulher foram presos nesta sexta-feira, em São Gonçalo, acusados de integrar um grupo de extermínio no município. A quadrilha sequestrava e matava traficantes para depois pedir resgates de R$ 5 mil a R$ 30 mil a comparsas e parentes das vítimas. Dois integrantes do bando, filhos de uma oficial da PM e candidata a deputada estadual, estão foragidos.
As investigações da 72ª DP (São Gonçalo) indicam que pelo menos 11 pessoas foram mortas pelo grupo desde outubro. Os cabos do 12º BPM (Niterói) Alexsandro Horffamm Lopes, 36 anos, Christiam Brito Guimarães, 33, e Alecsandre Nazareth Baiense, 32, foram presos em casa. O cabo Rogério Acácio Ferreira, 31, do 7º BPM (São Gonçalo), se entregou no batalhão.
Responsável por indicar as vítimas, a dona de casa Miridiana Pereira Mascarenhas, 24, viciada em crack, confirmou a história em depoimento. Já os irmãos Wanderson da Silva Tavares e Hygor Câmara Tavares, filhos da Tenente Rosa, candidata a deputada estadual pelo PSC, não foram localizados.
A prisão temporária do grupo e os mandados de busca e apreensão foram expedidos pela juíza Patrícia Accioly, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, com base em informações de escutas telefônicas. Segundo o delegado Geraldo Assed, da 72ª DP, a desarticulação do bando deverá provocar a redução dos índices de homicídio na região. “Eles agiam nos bairros de Rio do Ouro, Três Campos, Salgueiro, Alcântara e Neves, sempre matando com vários tiros as vítimas e depois extorquindo parentes ou comparsas das bocas de fumo”, explicou.
A morte de Diego Torres da Silva e Rafael Dias Miranda, em 13 de julho, em Jardim Catarina, após a mãe de um deles pagar R$ 5 mil de resgate, levou a polícia a descobrir o esquema. “Ela soube que os sequestradores usavam coturno e calça da PM”, contou o delegado.
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