Não são 320 barracos. Não foram 1.200 pessoas atingidas. O incêndio na Favela do Real
Parque é mais um dos 58 que ocorreram somente este ano em SP, segundo dados do Corpo de Bombeiros. Encontraram uma maneira mais eficaz para realizar um despejo. Um crime quase perfeito, sem provas. Sem digitais, sem crachás.
Obviamente, nas noticias veiculadas pela imprensa, nunca se sabe a causa destes incêndios. Os jornais anunciam: “é culpa deste período de seca” ou é “muito entulho, plástico e papelão”. Sempre dizem que “será feito um laudo que estará pronto em cerca de 30 dias”, alguns dias depois, o incêndio e o laudo serão esquecidos pela imprensa. As famílias continuarão sem casas, sem seus pertences. E outros incêndios continuarão ocorrendo, e mais famílias perderão tudo! O próprio Estadão já publicou hoje as ações da Prefeitura: “Após maior incêndio do ano, SP cria comissão”. Sabem pra que? Não é para ajudar as famílias atingidas este ano, ou para especificamente cuidar das famílias atingidas no Real Parque, ou resolver a questão da moradia destas pessoas e de tantas outras, mas para buscar "agilidade e eficácia na prevenção e no combate ao fogo".
Os moradores da Favela do Real resistem há anos. Em 2008, manifestações e negociações marcaram a vida das pessoas. O Jardim Edith, por exemplo, foi extinto para a criação da Ponte Estaiada. E um ano antes, em 11 de dezembro, próximo ao Natal, cerca de 140 barracos da favela do Real Parque foram destruídos em uma ação de reintegração de posse movida pela Empresa Metropolitana de Águas e Energia (EMAE).
O m² na região do Morumbi vale muita grana e há anos empreiteiras e prefeitura querem a retirada das famílias de lá. O mesmo quadrado que antes da construção cartão-postal valia US$ 1.500 e que há 30 anos valia US$ 100, custa hoje US$ 4.000, isso com base em dados de 2009. É pobre em área nobre. Isso não combina para eles.
E voltando ao hoje, lembremos destas 320 famílias que ontem perderam suas casas e continuam lá no Real, na realidade do Real... Até quando????
E voltando ao hoje, lembremos destas 320 famílias que ontem perderam suas casas e continuam lá no Real, na realidade do Real... Até quando????
Doações de roupas (para crianças e adultos), cobertores e colchões e alimentos estão sendo recolhidas:
Coletivo Favela Atitude - Rua Paulo Bourroul, 377.
Cris: 7015-1801
Cooperifa - Rua Bartolomeu dos Santos, 797, Chácara Santana.
Coletivo Favela Atitude - Rua Paulo Bourroul, 377.
Cris: 7015-1801
Cooperifa - Rua Bartolomeu dos Santos, 797, Chácara Santana.
Assista o vídeo da manifestação de 2007 produzido pelo Favela Atitude: http://ninafideles.blogspot.com/2010/09/real-do-real-favelaatitude.html
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