Infância Urgente

sábado, 4 de setembro de 2010

Mortalidade infantil dispara em Franca

Taxa de mortes de crianças menores de um ano cresceu 47% na microrregião em 2009, a maior alta no Estado

Morte de 19 bebês por infecção hospitalar na Santa Casa elevou taxa, diz prefeitura; DRS vai aprimorar pré-natal

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

A microrregião de Franca registrou o maior crescimento na taxa de mortes de crianças de até um ano de idade do Estado no ano passado. Os dados foram divulgados ontem pela Secretaria de Estado da Saúde.
Entre todas as regiões do Estado, a mortalidade cresceu 48% no DRS (Departamento Regional de Saúde) de Franca. A taxa em 2009 foi de 15,3 mortes por mil nascidos vivos, ante 10,3 em 2008.
No ranking estadual, a microrregião tem a segunda taxa mais alta. Só perde para a Baixada Santista, cujo índice foi de 18,8 mortes. No Estado, a mortalidade teve uma ligeira queda, fechando 2009 com uma média de 12,4 mortes por mil nascidos vivos (veja quadro acima).
A morte de 19 bebês na Santa Casa de Franca em decorrência de infecção hospitalar causada pela bactéria klebsiella foi apontada pela prefeitura como uma das razões para a alta no índice.
A diretora do DRS de Franca, Adriana Ruzene, admite que a alta em Franca pode ser reflexo dos casos de infecção na microrregião. Mas, ela cita mais um motivo: o índice regional subiu porque em três municípios de menor porte, com até 15 mil habitantes, houve morte em 2009.
"Até 2008, nossa taxa esteve abaixo da média estadual. Um município com menos de 6.000 habitantes que tem um óbito infantil já eleva a taxa em 100%", disse.
Houve três mortes em Itirapuã, três em Pedregulho e duas em São José da Bela Vista. As causas foram prematuridade e má formação.
Os problemas de má formação do feto podem ser detectados durante o pré-natal, na gestação. Em Franca, o pré-natal é feito principalmente na rede municipal. Por isso, o DRS pretende trabalhar com as prefeituras para aprimorar o acompanhamento das grávidas.

QUEDA
Por outro lado, os dados da secretaria mostram que é também da região os melhores resultados na queda da mortalidade infantil.
Pela terceira vez, a microrregião de Barretos registrou o menor índice de mortalidade infantil do Estado, de 9,8, seguida pelo DRS de Ribeirão Preto, com taxa de 9,9.
Segundo a diretora do DRS de Barretos, Rosemeire Campanholi Felca, a queda se deve à melhor assistência ao parto e ao acesso ampliado ao pré-natal, que garante às grávidas a oferta mínima de sete consultas pré-natais.
Ribeirão também credita a melhora do índice à ampliação do pré-natal. "Percebemos que as redes de assistência à gestante das cidades estão se organizando melhor, em parceria com o Estado", disse o diretor do DRS de Ribeirão, Ronaldo Capeli.

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