Infância Urgente

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Unicef denuncia o desaparecimento de pelo menos 15 crianças em hospitais do Haiti

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) denunciou nesta sexta-feira(22) o desaparecimento de pelo menos 15 crianças desacompanhadas em hospitais do Haiti.

"Infelizmente constatamos o desaparecimento de 15 crianças em diferentes hospitais do Haiti e suspeitamos de que foram sequestradas por redes de tráfico de pessoas por meio de Santo Domingo", afirmou em entrevista coletiva Jean-Claude Legrand, assessor de proteção da infância do Unicef.

300 mil receberam ajuda alimentar, diz ONU
Mais de 300 mil pessoas já receberam ajuda alimentícia no Haiti desde o terremoto do último dia 12, enquanto há distribuição de água em vários pontos da capital haitiana, Porto Príncipe, embora nem sempre de boa qualidade, disse hoje a ONU.

Segundo informações do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), o Programa Mundial de Alimentos (PMA) já entregou quase três milhões de porções de comida a mais de 200 mil pessoas - a proporção é de três porções por dia e pessoa para cinco dias.

Outras 100 mil pessoas receberam ajuda alimentícia de outras organizações.

Apesar destes números, a ajuda continua sendo insuficiente, pois a ONU calcula que até dois milhões de pessoas ainda precisam de alimentos.

O PMA estabeleceu como objetivo distribuir dez milhões de porções de alimentos na próxima semana, alcançando 100 mil pessoas por dia.

Quase 150 aviões com ajuda aterrissam a cada dia no aeroporto de Porto Príncipe, mas outros mil esperam sua vez de pousar com sua carga.

"A estrada que vem da República Dominicana continua sendo a melhor opção para a maioria das cargas que chegam", afirma a Ocha.

O porto da capital haitiana já está em operação e pode receber 250 contêineres diariamente, com o objetivo de chegar a 350 contêineres diários na segunda-feira.

As organizações de ajuda começaram a levar assistência para outras cidades haitianas afetadas pelo terremoto.

Segundo as últimas avaliações da Ocha, em Leogane, cidade que ficou com entre 80% e 90% dos edifícios destruídos, morreram entre cinco mil e dez mil pessoas, de uma população de 134 mil.

Em Petit Goave, os danos foram menos graves do que o esperado. A cidade ficou 15% destruída e 1.077 pessoas morreram, de uma população de 254 mil habitantes.

Não há estimativas sobre Gressier, Carrefour e Jacmel, todas com índice de destruição de entre 40% e 60%.

Em Porto Príncipe, os dados do governo haitiano falam de 75 mil mortos, 200 mil feridos e um milhão de deslocados.

"Terremoto não é oportunidade para migrar para os EUA"
A secretária de Segurança Interna americana, Janet Napolitano, disse nesta quinta-feira (21) que o terremoto no Haiti não deve ser encarado como uma oportunidade de emigrar para os Estados Unidos.

Em coletiva de imprensa na Espanha, onde esteve para participar no conselho de ministros de Interior da UE, Napolitano lembrou a decisão de Washington de conceder o status legal temporário aos haitianos que estavam ilegalmente nos EUA antes do terremoto.

"Isso permitirá a eles encontrar um trabalho e enviar remessas a seus parentes que ajudem na reconstrução", disse Napolitano, que destacou que os que tentarem chegar aos EUA depois do terremoto serão repatriados.

Os EUA abriram nesta sexta-feira o prazo de inscrição para a obtenção do status de proteção temporário (TPS) para entre 100 e 200 mil haitianos ilegais.

Sobre a preocupação internacional pela adoção de crianças haitianas que ficaram órfãs após o terremoto, Napolitano afirmou que a tarefa fundamental "é a reunificação das famílias", mas reconheceu que "era muito difícil a localização dos pais".

A secretária americana frisou que é preciso diferenciar esses casos dos outros em que os processos de adoção tinham começado antes do terremoto e já estavam fechados.

"Nos casos em que os processos de adoção já estavam fechados, estamos tentando acelerar a mudança das crianças para os EUA", explicou.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) já afirmou que a adoção no exterior de crianças haitianas que tenham ficado órfãs após o terremoto deve ser a última opção e mostrou preocupação com a mudança delas para fora do país.

O terremoto, de 7 graus na escala Richter, aconteceu às 19h53 (Brasília) do dia 12 e teve epicentro a 15 quilômetros da capital, Porto Príncipe. Em declarações à Agência Efe, o primeiro-ministro do Haiti, Jean Max Bellerive, disse que o número de mortos superará 100 mil.

Pelo menos 21 brasileiros morreram na tragédia, 18 militares e três civis, entre eles a médica Zilda Arns, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, e Luiz Carlos da Costa, o segundo civil mais importante na hierarquia da ONU no Haiti.

Fonte: Uol Noticias
*Com as agências internacionais

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