Infância Urgente

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Violência atinge 3 mil crianças e adolescentes no Ceará

O assassinato da menina Alanis Maria Laurindo, 5, raptada e morta entre a noite da última quinta (7) e a tarde de sexta (8), tanto sensibilizou a sociedade como trouxe à tona a preocupação a respeito da crescente violência contra criança e adolescente no Ceará. De acordo com dados do Núcleo Estadual de Enfrentamento à Violência Contra Criança e Adolescente, no ano passado, 3.017 denúncias foram notificadas e, a maioria dos casos, de violência física, seguida da negligência familiar e, em terceiro, o abuso sexual.

Em 2008, o número de denúncias foi de 3.239 um pouco maior que o do ano passado, o que não significa que temos uma diminuição no número de casos de violência. Segundo Regiana Nogueira, coordenadora do Núcleo Estadual de Enfrentamento à Violência contra a Crianças e o Adolescente, o aumento ou a diminuição do número de denúncias só representa uma maior ou uma menor sen-sibilização das pessoas.

Segundo ela, a violação de direitos é bastante emblemática. Regiana lembra que muitos casos não são notificados, ficam no anonimato e não são, sequer, investigados pela Polícia.

O Núcleo faz parte da Secretaria Estadual do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS) e dispõe de um Disque Denúncia de Violência Contra Crianças e Adolescentes.

O órgão conta com 200 profissionais, entre psicólogos, assistentes sociais e pedagogos. A denúncia é analisada e diagnosticada, e, posteriormente, encaminhada à Delegacia de Combate e Exploração Sexual de Criança e Adolescente (Dececa), para que seja investigada.

Abrigos

De acordo com Regiana, os casos mais frequentes de acusações são de violência física, os quais no ano passado foram notificados 733 casos, contra 496 registros de violência psicológica, e 453 de abuso sexual.

A coordenadora do Núcleo Estadual de Enfrentamento à Violência contra a Criança e o Adolescente ressalta que a equipe multidisciplinar realiza trabalho junto à família da vítima. Mas, em alguns casos, quando não há outra alternativa, a criança ou adolescente é encaminhado para abrigos.

Em Fortaleza, são 14 casas de abrigo, sendo que metade delas funcionam em parceria com organizações não governamentais (ONGs). Ela ressalta que nestes casos o objetivo maior é que a criança ou adolescente seja, o mais rapidamente possível, ressocializada. "Quando o caso é grave tentamos encontrar alguém da família que fique com a criança. Quando não encontramos a encaminhamos para um abrigo", ressalta Regiana.

Ontem à tarde, a reportagem tentou levantar os números de casos atendidos pela Dececa, mas segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança do Estado era preciso fazer um pedido via e-mail, com 48 horas de antecedência.

Fonte: TV Canal 13

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