Infância Urgente

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

ORGANIZAÇÃO DESACONSELHA ADOÇÃO DE ÓRFÃOS HAITIANOS

MONTEVIDÉU, 26 JAN (ANSA) - O Instituto da Criança e do Adolescente do Uruguai (Inau) desaconselhou hoje a adoção internacional de haitianos, depois do aumento da demanda verificado no país sul-americano desde o terremoto de 7 graus na escala Richter que atingiu o Haiti.
Em entrevista coletiva concedida hoje, representantes no Uruguai do Inau, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e da Organização dos Estados Americanos (OEA) explicaram que famílias de outros países não têm prioridade em processos de adoção.
A diretora do Inau, Nora Castro, ressaltou que a retirada de órfãos de sua própria nação "é o último recurso" e envolve um trâmite burocrático complexo e demorado.
O Inau "faz um apelo à população para que, assim como se manifestou com tanta solidariedade, pense com serenidade em favor do interesse superior da criança", enfatizou Castro durante a entrevista coletiva.
Ela informou também que a prioridade das autoridades é promover a reintegração familiar dos haitianos. Além disso, tenta-se evitar que o órfão saia do próprio país e perca suas raízes culturais. Nos últimos 25 anos, foram realizadas apenas dez adoções internacionais no Uruguai.
O tremor de terra que atingiu a capital do Haiti, Porto Príncipe, foi o pior em 200 anos na região, causando até agora a morte de mais de 110 mil pessoas, segundo informações oficiais do governo. O abalo sísmico ainda deixou 194 mil feridos e, segundo estimativas, 200 mil desabrigados. (ANSA)

Fonte:Ansalatina

Um comentário:

Sandro D'Oliveira disse...

O argumento antropológico da manutenção das raízes de uma criança haitiana é interessante. Outro fato também interessante é que muitos dos não adotados infelizmente correm alto risco de serem vítimas dos crimes, ou de entrarem futuramente para a vida do crime, se não morrerem de fome antes disso. Quem cuidará deles? O Estado Haitiano, os franceses, o governo uruguaio, os defensores do argumento antropológico? Creio que, em tais circunstâncias, eles mesmos (os órfãos) terão que "se virar" para sobreviver. O excesso de racionalismo ocidental tem causado muitos danos a seres humanos que precisam simplesmente sobreviver. O planeta é um só e a vida, sobretudo a vida dos empobrecidos, deve estar acima de questões da antropologia se assim for necessário.