Veículo: Folha de S. Paulo
Data: 04/10/2010
Estado: SP
JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO
A eleição mudou a rotina dominical dos adolescentes infratores internados da Fundação Casa (antiga Febem) em Ribeirão Preto.
Em vez de apenas tomar café e aguardar a visita dos familiares, como acontece aos domingos, os adolescentes com mais de 16 anos que se cadastraram na Justiça Eleitoral tiveram assegurado o direito a voto.
Pela primeira vez, urnas eletrônicas foram instaladas nas unidades. A medida é fruto de ação civil pública movida pela Defensoria Pública, que resultou em entendimento entre Estado e TRE (Tribunal Regional Eleitoral).
Em Ribeirão, votaram 31 adolescentes dos 36 aptos. Em toda a região, votaram 65 dos 76 internados que estavam cadastrados. O índice maior de abstenção foi o de meninos desinternados que tiraram seu título quando estavam na fundação.
Ricardo (nome fictício), 19, foi um dos primeiros a votar na unidade em Ribeirão.
Ele disse que viu pouca propaganda na TV e preferiu votar em quem apoia a educação. "Tinha gente que só falava em pôr polícia na rua e de educação, nada."
Como Ricardo, Tiago, 17, votou em Dilma Rousseff (PT) para a Presidência. "Ela vai continuar o trabalho do [presidente] Lula". Ele também escolheu Netinho (PC do B) como senador -nos demais, votou em branco.
Alguns contaram que votaram nulo para a maioria dos cargos porque não conheciam os candidatos.
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