Infância Urgente

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Tensão na Fase Ex-Febem do Rio Grande do Sul

Superlotação e insalubridade não são exclusividade das cadeias do sistema penitenciário estadual. Unidades da Fase, antiga Febem,enfrentam dificuldades muito semelhantes, conforme alertas enviados à Chamada das Ruas por servidores da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo do Rio Grande do Sul. Um deles, funcionário com dez anos de carreira, conta que trabalha numa casa com capacidade para 72 internos que hoje abriga 170 jovens. "Muito tenho ouvido sobre as precárias condições do Presídio Central de Porto Alegre, o que não discuto. Mas não vejo alguém preocupado com os adolescentes infratores. Mantidos em espaços reduzidos e superlotados, é difícil pensar em ressocialização. Desse jeito, o futuro deles é morar no Presídio Central também", adverte o monitor.

O outro servidor garante que a situação na unidade onde está lotado é cada vez mais tensa. Os internos têm feito os chamados "pedalaços" com freqüência cada vez maior. Nessas horas, eles chutam em conjunto as portas dos dormitórios, o que provoca muito barulho e deixa os monitores em estado de pânico.

Gasolina no fogo

Acrescenta que a superlotação é uma dificuldade tão séria que já ficou difícil achar espaço para isolar os adolescentes que precisam ser afastados dos demais. Simplesmente não existiria mais espaço físico que possa ser chamado de isolamento. Este monitor também critica a política antitabagismo que alguns administradores estão tentando implementar. Justifica que não desconhece os malefícios do cigarro, mas contrapõe que existem providências mais importantes para implantar antes de adotar uma norma que, nas atuais circunstâncias, serve só para criar mais tensão dentro das unidades. O monitor define a iniciativa como "coisa de administradores que não saem dos gabinetes" e os acusa de "usarem gasolina para apagar o incêndio".

Como seu colega, alerta a sociedade para a gravidade do problema e pede que as autoridades façam algo antes que a situação fique sem controle, como já acontece na maioria dos presídios. (Chamada das Ruas, Diário Gaúcho, 09/10/08)

fonte: http://www.clicrbs.com.br/blog/jsp/default.jsp?
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