Infância Urgente

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Adolescentes que viviam irregularmente numa clínica desativada serão alojados no Bangu Atlético Clube

RIO - A pedido da presidente da Comissão da Criança e do Adolescente da Câmara do Rio, vereadora Liliam Sá (PR), o presidente do Bangu Atlético Clube, Ângelo Marques, vai alojar, durante 72 horas, os 35 menores que viviam irregularmente numa clínica desativada em Bangu com o sonho de serem jogadores de futebol. Este foi o prazo dado pela juíza da Segunda Vara da Infância, da Juventude e do Idoso de Santa Cruz, Cristiana Cordeiro, para que o empresário Cléber Justus da Fonseca leve os menores de volta aos seus estados. A maioria veio dos estados do Paraná e Maranhão.

A polícia está investigando denúncias de maus tratos aos menores, que chegaram ao Rio com a promessa de fazerem testes para escolinhas de futebol. De acordo com os policiais, os meninos viviam em condições precárias. Bebiam água direto da bica bem ao lado da lixeira e faziam apenas uma refeição por dia, em um restaurante popular.

Na segunda-feira, o prédio onde eles viviam foi interditado depois de uma denúncia de que os meninos estariam morando em péssimas condições. A vigilância sanitária encontrou larvas de mosca em uma geladeira que não funcionava, carne mal armazenada e mau cheiro. Também havia infiltrações, mofo e os meninos dormiam apertados.

Os garotos têm entre 13 e 17 anos e moravam no prédio há pelo menos quatro meses. Ao todo, 23 deles não tinham autorização dos pais. Quatro, acompanhados do pai de um deles, deixaram a clínica nesta terça, com destino a Cascavel, no Paraná, Região Sul. Eles já teriam prestado depoimento na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente.

Cléber Fonseca, responsável pelo abrigo, foi autuado por exercício irregular da profissão por não ter autorização da Fifa e por alojar menores sem autorização dos pais. Ele foi descoberto por policiais da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Em entrevista ao telejornal Bom Dia Rio ele disse que cobra das famílias uma mensalidade até que os adolescentes sejam chamados por um time. Ele afirmou que os menores treinam em dois campos do bairro e que estão matriculados em uma escola pública. Ele disse ainda que os meninos fazem três refeições diárias e os que não tinham autorização chegaram há pouco tempo.

Fonte:Ronaldo Braga - O Globo e Bom Dia Rio

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