da BBC Brasil
O Brasil pulou do 113º para o 107º lugar no ranking de mortalidade infantil (até cinco anos de idade), segundo o relatório anual do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Situação Mundial da Infância 2009, lançado nesta quinta-feira em Johanesburgo, na África do Sul.
Os primeiros lugares do ranking de 194 países são ocupados pelas nações com mortalidade mais elevada, como Serra Leoa (1º lugar) e Afeganistão (2º). Seis países registraram as taxas mais baixas e ocupam a última posição no ranking: Suécia, Islândia, Cingapura, Luxemburgo, Andorra e Liechtenstein.
O relatório atribui a piora na posição do Brasil ao fato de o país ter registrado um índice de mortalidade de 20 por cada mil nascidos vivos em 2006. Em 2007, a taxa foi de 22 por cada mil nascidos vivos.
Mesmo com esse leve aumento, o Brasil ainda registra uma das mais altas reduções no índice de mortalidade infantil desde 1990. Com uma queda de 62% no período, o país teve a 18ª maior diminuição no índice entre os 194 países da lista --de 58 para 22 entre cada mil nascidos vivos.
Complicações
O relatório do Unicef afirma que mulheres nos países menos desenvolvidos do mundo ainda têm 300 vezes mais chances de morrer durante o parto ou por complicações na gravidez do que mulheres em países desenvolvidos.
O órgão da ONU diz ainda que uma criança nascida em um país em desenvolvimento tem quase 14 vezes mais chances de morrer durante o primeiro mês de vida do que uma criança nascida em um país desenvolvido.
"A cada ano, mais de meio milhão de mulheres morrem devido a complicações no parto, incluindo cerca de 70 mil meninas e mulheres jovens, entre 15 e 19 anos", afirmou Ann Veneman, diretora-executiva do Unicef.
"Desde 1990, as complicações relacionadas à gravidez e ao parto já mataram cerca de 10 milhões de mulheres", acrescentou.
Melhoras
O Unicef afirma que muitos países em desenvolvimento progrediram muito para melhorar as taxas de sobrevivência de suas crianças nos últimos anos.
O relatório aponta Níger e Malauí como exemplos por terem cortado quase pela metade as taxas de mortalidade entre crianças com menos de cinco anos entre 1990 e 2007, em 42% e 47% respectivamente.
Mas o mesmo progresso não foi observado na prevenção de risco para a saúde das mães e, embora as taxas de sobrevivência de crianças com menos de cinco anos esteja melhorando no mundo todo, os riscos para crianças nos primeiros 28 dias de vida ainda são altos em muitos países.
O Unicef afirma ainda que aproximadamente 99% das mortes do mundo causadas por complicações na gravidez ocorrem nos países em desenvolvimento, nos quais ter um filho ainda é um dos mais graves riscos à saúde para mulheres.
A grande maioria ocorre na África e na Ásia, onde as altas taxas de natalidade, falta de funcionários treinados e sistema de saúde deficiente colocam em risco a saúde das mães.
Os dez países com o maior risco de morte maternal durante a vida toda são Níger, Afeganistão, Serra Leoa, Chade, Angola, Libéria, Somália, República Democrática do Congo, Guiné-Bissau e Mali.
"Para salvar as vidas de mulheres e de seus recém-nascidos, é necessário mais do que apenas intervenção médica", afirmou Ann Veneman. "Educar as meninas é muito importante para melhorar a saúde de mães e recém-nascidos e também trará benefícios para as famílias e a sociedade."
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