Infância Urgente

sábado, 17 de janeiro de 2009

Coluna INFÂNCIA URGENTE

Um pouco de história...

Caro (a) leitor (a), seria mais fácil iniciar essa nossa conversa de hoje falando da atual situação das crianças e adolescentes no Brasil, porém é importante que possamos conhecer minimamente alguns aspectos da história da criança no Brasil, para que possamos entender esse momento.

Temos poucos registros sobre a infância e a adolescência na história, em relação ao Brasil também, só recentemente é que começamos a fazer uma história da infanto-adolescência e o que encontramos não é muito agradável, o que acaba pesando ainda mais sobre os nossos ombros a enorme responsabilidade de transformar urgentemente a divida histórica que foi se acumulando, frente à forma como tratamos os meninos e meninas.

Desde a chegada nas Caravelas (pensando aqui a infância na perspectiva judaico-cristã, pois a organização social dos índios tinha a centralidade nas crianças e nos idosos na sua relação social), a infanto-juventude já sofria na pele o que viria a sofrer no Brasil, com uma população que chegava em alguns casos a 40% da tripulação, os meninos faziam trabalhos pesados e eram seviciados e quando chegavam ao Brasil, se chegassem, pois ainda tinha toda a má sorte que as embarcações poderiam sofrer e sendo assim em qualquer situação de perigo, que impusesse necessidade de aliviar carga dos navios, eram os meninos a primeira carga dispensável, logo os que conseguiam chegar por essas terras, já tinham as sua vida definitivamente maculada.

Não foram diferentes os anos e séculos seguintes, já que não havia no Brasil nenhuma política que se preocupasse com esse segmento da sociedade, só no século XVIII é que começaram a ser instaladas as Rodas dos Expostos nas Santas de Misericórdias, que se propunha a cuidar da infância desvalida do país, já que o estado não o fazia.

As Rodas também por sua proposta, que expunha a infância ao seu destino, uma parte considerável 80% pereciam em suas unidades, fazendo com que juristas e higienistas lutassem pela sua extinção, que ocorreu definitivamente na década de 40 do século XX.

Como podem perceber, a minha é uma árdua tarefa, por isso continuarei nesse tema na próxima semana.

Publicado em Jornal do interior

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