Um pouco de história...
Caro (a) leitor (a), seria mais fácil iniciar essa nossa conversa de hoje falando da atual situação das crianças e adolescentes no Brasil, porém é importante que possamos conhecer minimamente alguns aspectos da história da criança no Brasil, para que possamos entender esse momento.
Temos poucos registros sobre a infância e a adolescência na história, em relação ao Brasil também, só recentemente é que começamos a fazer uma história da infanto-adolescência e o que encontramos não é muito agradável, o que acaba pesando ainda mais sobre os nossos ombros a enorme responsabilidade de transformar urgentemente a divida histórica que foi se acumulando, frente à forma como tratamos os meninos e meninas.
Desde a chegada nas Caravelas (pensando aqui a infância na perspectiva judaico-cristã, pois a organização social dos índios tinha a centralidade nas crianças e nos idosos na sua relação social), a infanto-juventude já sofria na pele o que viria a sofrer no Brasil, com uma população que chegava em alguns casos a 40% da tripulação, os meninos faziam trabalhos pesados e eram seviciados e quando chegavam ao Brasil, se chegassem, pois ainda tinha toda a má sorte que as embarcações poderiam sofrer e sendo assim em qualquer situação de perigo, que impusesse necessidade de aliviar carga dos navios, eram os meninos a primeira carga dispensável, logo os que conseguiam chegar por essas terras, já tinham as sua vida definitivamente maculada.
Não foram diferentes os anos e séculos seguintes, já que não havia no Brasil nenhuma política que se preocupasse com esse segmento da sociedade, só no século XVIII é que começaram a ser instaladas as Rodas dos Expostos nas Santas de Misericórdias, que se propunha a cuidar da infância desvalida do país, já que o estado não o fazia.
As Rodas também por sua proposta, que expunha a infância ao seu destino, uma parte considerável 80% pereciam em suas unidades, fazendo com que juristas e higienistas lutassem pela sua extinção, que ocorreu definitivamente na década de 40 do século XX.
Como podem perceber, a minha é uma árdua tarefa, por isso continuarei nesse tema na próxima semana.
Publicado em Jornal do interior
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