Infância Urgente

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Atraso eleva queixa ao Leve Leite Mudança no programa levou ao aumento de reclamações na ouvidoria no terceiro trimestre

CRISTIANE BOMFIM

A mudança no sistema de entrega do programa Leve Leite da Prefeitura elevou o número de reclamações na Ouvidoria Geral do Município. De acordo com dados trimestrais divulgados ontem, foram registradas 68 queixas entre julho e setembro deste ano - em todo o primeiro semestre, quando o leite ainda era retirado pelas mães nas escolas, foram 42 reclamações contra o programa.
Desde agosto, o leite é encaminhado pelos Correios à casa das famílias de estudantes da rede municipal de ensino com até 14 anos. Por isso, a principal queixa é de não recebimento do produto. A Secretaria Municipal de Educação, que diz atender 905 mil famílias, atribui o problema a endereços e cadastros desatualizados.
“As reclamações foram encaminhadas à Secretaria de Educação e resolvidas”, diz Maria Inês Fornazaro, ouvidora-geral do município.
Não é o que parece. Ontem, a educadora social Tereza Arrais, de 46 anos, voltava à escola da neta para buscar o leite. “Cadê o carro dos Correios com o leite da minha neta?”, reclamou. Ela disse ter ficado sete horas na frente da Escola Municipal de Ensino Infantil (Emei) Antônio Carlos Pacheco e Silva, na zona oeste, esperando que o veículo aparecesse para fazer a entrega do leite. Apesar de ser o dia determinado pela Prefeitura, não houve entrega.
Tereza afirma que nunca recebeu o leite em sua casa. “Eles dizem que meu endereço está desatualizado e entregam na porta da escola. Continuo tendo que andar e carregar as latas de leite. Isso quando eu acho o carro dos Correios.” A Secretaria de Educação afirma que a mudança foi feita justamente para facilitar a vida das famílias atendidas pelo programa Leve Leite.

Mau atendimento

O atendimento à população é o líder absoluto de reclamações na ouvidoria - das 3.940 reclamações, foram abertos 634 protocolos sobre esse item. “São reclamações referentes ao primeiro atendimento no balcão das secretarias ou das subprefeituras. Pode ser por causa de alguma grosseria, informação errada, má vontade”, explica a ouvidora. As queixas são encaminhadas aos órgãos responsáveis e respondidas ou solucionadas no prazo médio de 30 dias.
Maria Inês diz que nos últimos dois meses, funcionários públicos que lidam diretamente com a população passaram por treinamento. “É um problema difícil que só pode ser solucionado com empenho.” Mesmo sendo o recordista de reclamações, o item já sofreu queda de 11% com relação ao segundo trimestre de 2009.
Já a iluminação pública está pela segunda vez consecutiva no segundo lugar do ranking: 454 protocolos. Até o primeiro trimestre deste ano ela liderava o número de queixas.
Mas quando somadas todas as queixas da Secretaria da Saúde - saúde, atendimento e animais -, a pasta lidera absoluta no ranking das reclamações. Entre julho e setembro foram registradas 831 queixas. Dessas, 357 são sobre a ineficiência dos serviços prestados pela Prefeitura, como falta de remédio ou de médicos e enfermeiros nas unidades de saúde e demora para marcar consulta.
Denúncias e reclamações podem ser feitas pelo telefone 0800-175717 das 9 às 17 horas.

FRASE

“As reclamações são fruto da mudança na sistemática da entrega do leite. Foram encaminhadas à Secretaria de Educação e resolvidas”
MARIA INÊS FORNAZARO
OUVIDORA GERAL DO MUNICÍPIO

fonte: http://www.jt.com.br/editorias/2009/11/24/ger-1.94.4.20091124.4.1.xml

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