Infância Urgente

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Nova Injustiça Contra os Moradores do Jardim Toca/Pq Cocaia I, Grajaú.

Depois do despejo de cerca de 130 famílias do Jardim Toca, realizado no primeiro semestre deste ano pela Prefeitura de São Paulo em nome do “Programa Mananciais” -um programa bilionário do Governo do Estado, articulado com a Prefeitura, que recebe recursos do PAC (Governo Federal), e que prevê remoções em mais de 80 comunidades localizadas nos arredores da Represa Billings -, novamente os moradores dessa comunidade são ameaçados.

Segundo uma série de relatos, como ocorreu anteriormente, o único contato do “poder público” com a população da área se dá por meio de ameaças, mentiras, intimidações e discriminação. Depois de idas e vindas, a posição da Prefeitura é que, devido à realização de obras de drenagem, cerca de 40 famílias teriam de deixar a área durante quatro meses, recebendo em troca 350 reais por mês para pagar um aluguel, e tendo 15 dias para deixar suas casas (levando todos os seus pertences, incluindo torneiras e outros materiais). Apesar dos termos indignos da “proposta”, os moradores a aceitaram, com a única condição de que fosse feito um documento assinado pela Prefeitura que garantisse os termos do acordo, sobretudo o retorno dos moradores à comunidade após o término das obras.



Depois de algumas negativas, numa reunião ocorrida no dia 27 de novembro com a Secretaria de Habitação e com o Coordenador do Programa Mananciais (Ricardo Sampaio), reunião que há vários meses era reivindicada pela comunidade, foi acertado - como atesta a ata assinada por todos que participaram da reunião - que a Prefeitura faria um documento contendo os termos do acordo, o qual seria enviado para apreciação de um advogado da comunidade, e posteriormente assinado pelos moradores, que só então receberiam o cheque-aluguel.



No entanto, hoje agentes da Prefeitura foram à comunidade, coagindo moradores a assinarem uma intimação que exigia a saída imediata do terreno, sob pena de despejo realizado com auxílio da Polícia Militar. E para aumentar seu poder de convencimento, os membros da Defesa Civil e as assistentes sociais da Prefeitura diziam que as próprias lideranças comunitárias da área estavam recomendando que o documento fosse assinado; mais uma absurda mentira!

O que está acontecendo com essas pessoas deverá se repetir com as mais de 3 mil famílias do Parque Cocaia I, uma comunidade que existe desde 1975, segundo dados da própria Prefeitura, e com outras dezenas de milhares de famílias da região.

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