Recurso desviado por agente público pode reforçar fundo para criança e adolescente
O Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente poderá receber nova injeção de recursos, caso seja transformado em lei projeto que direciona a esse órgão dinheiro obtido ilegalmente por agentes públicos e recuperado pelo poder público. A proposta, de autoria da senadora Patrícia Saboya (PDT-CE), será votada nesta quarta-feira (9) em decisão terminativa pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).
A proposta (PLS 393/05) de Patrícia Saboya visa alimentar o fundo com valores obtidos de forma ilícita - como pelo pagamento de propina a gestor público, por exemplo - e recuperados, por via administrativa ou judicial, pelas diferentes instâncias do poder público, tanto no Executivo, como no Legislativo e no Judiciário. Só ficarão excluídos desta destinação os recursos recuperados pelo poder público que estejam vinculados a determinada área pela Constituição.
Além de conceituar agente público, o PLS 393/05 preocupa-se em classificar como ato ilícito qualquer ação ou omissão, dolosa (com intenção) ou culposa (sem intenção), que leve a perda patrimonial, desvio, apropriação ou dilapidação de bens. A proposta também abre a possibilidade de se aplicar no fundo valores obtidos por pessoas que não sejam agentes públicos, mas que tenham induzido ou concorrido para a prática de ato ilícito ou que dele se beneficie de forma direta ou indireta.
A matéria recebeu na CCJ parecer favorável da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT). O projeto já havia sido aprovado, em 2006, pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
Simone Franco / Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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