A mais ou menos dois anos ou um pouco mais, o Consórcio intermunicipal do ABCDMR,que envolve as 7 cidades da região, iniciou uma discussão sobre uma pesquisa que criaria uma metodologia de avaliação das politicas públicas, para entender o que acontece que não conseguimos resolver essa que é uma das mais perversas situações vividas pela infanto-adolescência do Brasil.
Estavam envolvidos: Universidade Metodista, Fundação projeto Travessia, Consorcio intermunicipal do ABC, Projeto Meninos e Meninas de Rua, eram alguns dos envolvidos.
A metodologia ficou sob a responsabilidade da Metodista e a pesquisa sob a responsabilidade da Fundação Projeto Travessia e teve um tanto de consultoria e assessoria.
Recebi algumas vezes convites para participar das reuniões, honestamente não fiquei mobilizado, porque existem atores que nos deixam com dois pés firmes atrás, mas haviam pessoas que estavam envolvidas que considero comprometidas na defesa dos direitos humanos de crianças e adolescentes e fui acompanhando o desenrolar dessa história.
A primeira questão que fedeu, o recurso. O recurso era recurso público de um precedente que as empresas fazem para reivindicar alegando que é dinheiro seu, que é o recurso de renuncia fiscal de imposto de renda devido ao governo federal, e as empresas alegam que com esse dinheiro publico estão sendo socialmente responsáveis.
Pois é meus leitores a coisa funciona assim, o dinheiro é publico, portanto, nosso, os empresários que querem fazer uma media com a sociedade e falar que de alguma forma revertem alguma parte do que ganham, em "obra sociais" e ficam com uma boa imagem diante da sociedade pegam um dinheiro, que é nosso e destinam alguma entidade ou ação pública de interesse deles e não de interesse público, falando para todos de forma mentirosa, que o dinheiro é deles, logo ferindo um dos princípios da gestão pública, já que trata-se de dinheiro público, que é o da IMPESSOALIDADE!
Esse dinheiro então, foi destinado pela Fundação Telefônica que foi para o Fundo da Criança e do Adolescente de São Caetano.
A pesquisa foi realizada e a metodologia construída, segundo as informações que saem das pessoas mais sérias que conheço envolvidas nesse trabalho, uma boa pesquisa foi realizada e uma metodologia de avaliação e monitoramento foi criada.
O que aconteceu com a pesquisa e a metodologia? Foi engavetada por determinação do Conselho de direitos da criança de São Caetano, que é quem decide sob os recursos do Fundo da Criança e do Adolescente,para onde foi enviado os recursos públicos e o CMDCA de São Caetano determinou por carta que não fosse divulgado o resultado e metodologia da pesquisa!!!
Estranharam? Claro né leitores, ninguém é idiota que não saiba que ai tem algo de muito errado, primeiro porque tudo que for realizado com dinheiro publico, tem que ser dado publicidade o mais amplamente possível, ou seja, porque contrariar então esse principio e se apropriar indevidamente do que é publico de forma privada?
Penso que essa pesquisa foi engavetada porque não traz resultados que aplaudam as politicas dos municípios pesquisados, desvelando o que a muito tentam esconder,que é a falta de investimento nas politicas destinadas a infanto-adolescência, mostrando que a Prioridade Absoluta, ficou apenas no papel e que os gestores públicos precisam começar a ser responsabilizado pela a sua ação deliberada contra os meninos e meninas!
Essa pesquisa precisa urgentemente ser revelada, debatida, apropriada é dinheiro publico, temos que romper com essa ideia de estado patrimonialista, precisamos desprivatizar o estado urgente, para que possamos avançar na construção de uma outra sociedade!
Agora se verificarmos o percurso, tudo começou errado, então o que começa errado não poderia terminar bem! Quando iremos aprender?
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