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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Jornada Continental contra Bases Militares Estrangeiras acontece amanhã

Golpe em Honduras, ocupação de tropas estrangeiras no Haiti e intervenção militar na Costa Rica. Esses são apenas alguns exemplos da investida militar estadunidense na região latino-americana e caribenha. Para discutir o assunto e rechaçar a ampliação bélica, organizações sociais da região realizam, amanhã (10), no marco do Dia Internacional dos Direitos Humanos, uma "Jornada Continental contra as Bases Militares Estrangeiras".

A ideia é que as atividades ocorram em todo o continente, com debates, oficinas, exposições, seminários, atos culturais e manifestações. De acordo com Joaquim Pinheiro, integrante da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), a Jornada tem como objetivo informar a sociedade sobre o avanço militar na região latino-americana.

A ação faz parte da campanha "América Latina é Paz - Fora Bases Militares Estrangeiras" e deve ocorrer em vários países latino-americanos. Honduras, Argentina, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Panamá e Cuba são algumas nações que já confirmaram participação na atividade.


No Brasil, a Jornada será marcada pelo debate "América Latina em luta contra o intervencionismo militar dos EUA". O evento, que reunirá pesquisadores e líderes sociais, acontecerá às 18h na Câmara Municipal de São Paulo (SP).

Para Rosilene Wansetto, integrante da secretaria-executiva do Jubileu Sul, o encontro de amanhã será para destacar que o povo da América Latina não concorda com a militarização. "Com o debate queremos marcar que o nosso território latino-americano é um território de paz, uma região onde os povos constroem a paz e não queremos a militarização, não queremos bases militares e não queremos intervencionismo", comenta. 
Além de discutir sobre a investida bélica dos Estados Unidos na América Latina - com destaque para casos recentes, como a situação das bases militares da Colômbia, a tentativa de golpe no Equador e a presença da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) nas águas do Atlântico Sul -, o debate também será um momento de solidariedade ao povo do Haiti, país ocupado por tropas da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) desde julho de 2004.

Intervenção estadunidense

Joaquim Pinheiro explica que a ampliação da intervenção militar estadunidense na região faz parte de uma estratégia do país norte-americano de tentar "retomar o espaço perdido" na América Latina. Assim, apoio ao golpe em Honduras e à tentativa de golpe no Equador, proposta de instalação de bases militares na Colômbia, reativação da Quarta Frota são, para o coordenador do MST, exemplos de ações realizadas pelo governo estadunidense para tentar conseguir espaço na região.

De acordo com ele, isso ocorre devido à mudança no cenário político latino-americano, com a eleição de alguns presidentes que são contra a política neoliberal e imperialista dos Estados Unidos. "Estados Unidos tem perdido espaços importantes na região", observa.

Entretanto, ele lembra que a intervenção estadunidense na região não acontece somente no campo militar. "Não conseguiram aprovar a Alca [Área de Livre Comércio das Américas], mas já conseguiram TLCs [Tratados de Livre Comércio] com diversos países da América Central", ressalta, acrescentando que outros países do continente também estão em processo de discussão de TLC com Estados Unidos. "Precisamos nos preparar e ficar atentos para tudo isso", finaliza.

Fonte: Adital

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