05/11/2010 - 09h50 . Atualizada em 05/11/2010 - 10h00
Agência HC de Notícias
|
Levantamento feito pelo Hospital das Clínicas da FMUSP, ligado à Secretaria de Estado da Saúde, mostra que nem tudo é motivo para comemoração neste mês das crianças. O Serviço Social do Instituto da Criança constatou aumento de 36% nos casos de maus tratos infantis no primeiro semestre de 2010, em relação ao mesmo período de 2009. Em 60% dos casos registrados os pais foram os agressores, sendo a mãe a que mais cometeu o crime.
Até julho deste ano, foram atendidos 60 casos de violência infantil no HC - entre eles uma tentativa de suicídio de uma garota de 13 anos, vítima de agressão psicológica pelos pais. De acordo com o pediatra Antônio Carlos Alves Cardoso, que atua no Instituto da Criança e também no Hospital Auxiliar de Cotoxó - ambos do HC -, as mães alegam vários motivos para a agressão. “Elas passam mais tempo com os filhos. Muitas vezes acabam descontando nas crianças as frustrações e as brigas com o companheiro”, explica.
Segundo o especialista, em uma modalidade de abuso chamada “síndrome do bebê chacoalhado” os meninos acabam sendo as maiores vítimas, pois têm mais cólicas e choram mais, o que faz as pessoas perderem a paciência. “Além da mãe e do pai, os agressores mais frequentes são outros membros da família, como tios, irmãos, padastros e madastras”, informa Cardoso, acrescentando que o abuso sexual responde, em média, por 10% dos casos de violência infantil.
O especialista alerta que 75% dos casos de agressão acontecem com crianças menores de dois anos. “Dessa porcentagem, metade é menor de um ano - fase na qual a criança ainda não consegue se expressar ou se defender”, observa o médico.
De acordo com a sua tese de doutorado, mais de 90% das crianças que sofrem agressão terão seqüelas físicas ou psicológicas. “Quanto mais nova for a criança agredida, maior a chance da sequela ser grave”, relata.
A equipe de saúde multidisciplinar do Instituto da Criança – incluindo médicos, enfermeiras, assistentes sociais e psicólogos - é treinada para diferenciar uma violência de um possível acidente. “O atendimento deve ser bem detalhado, porque 60% das vítimas voltarão a ser agredidas”, alerta Cardoso.
Mudanças repentinas de comportamento das crianças são fortes indícios de que elas podem estar sofrendo algum trauma. “É fundamental ficar atento a essas alterações comportamentais, como dificuldades de se alimentar e dormir, ou introspecção, timidez e passividade exagerada”, destaca o médico, acrescentando que, às vezes, as pessoas nem desconfiam dos verdadeiros agressores. “Pequenos detalhes que as crianças emitem podem ser fundamentais para evitar uma tragédia, pois estatísticas mostram que 5% das vítimas de maus tratos acabam morrendo na mão dos agressores”, finaliza Cardoso.
Até julho deste ano, foram atendidos 60 casos de violência infantil no HC - entre eles uma tentativa de suicídio de uma garota de 13 anos, vítima de agressão psicológica pelos pais. De acordo com o pediatra Antônio Carlos Alves Cardoso, que atua no Instituto da Criança e também no Hospital Auxiliar de Cotoxó - ambos do HC -, as mães alegam vários motivos para a agressão. “Elas passam mais tempo com os filhos. Muitas vezes acabam descontando nas crianças as frustrações e as brigas com o companheiro”, explica.
Segundo o especialista, em uma modalidade de abuso chamada “síndrome do bebê chacoalhado” os meninos acabam sendo as maiores vítimas, pois têm mais cólicas e choram mais, o que faz as pessoas perderem a paciência. “Além da mãe e do pai, os agressores mais frequentes são outros membros da família, como tios, irmãos, padastros e madastras”, informa Cardoso, acrescentando que o abuso sexual responde, em média, por 10% dos casos de violência infantil.
O especialista alerta que 75% dos casos de agressão acontecem com crianças menores de dois anos. “Dessa porcentagem, metade é menor de um ano - fase na qual a criança ainda não consegue se expressar ou se defender”, observa o médico.
De acordo com a sua tese de doutorado, mais de 90% das crianças que sofrem agressão terão seqüelas físicas ou psicológicas. “Quanto mais nova for a criança agredida, maior a chance da sequela ser grave”, relata.
A equipe de saúde multidisciplinar do Instituto da Criança – incluindo médicos, enfermeiras, assistentes sociais e psicólogos - é treinada para diferenciar uma violência de um possível acidente. “O atendimento deve ser bem detalhado, porque 60% das vítimas voltarão a ser agredidas”, alerta Cardoso.
Mudanças repentinas de comportamento das crianças são fortes indícios de que elas podem estar sofrendo algum trauma. “É fundamental ficar atento a essas alterações comportamentais, como dificuldades de se alimentar e dormir, ou introspecção, timidez e passividade exagerada”, destaca o médico, acrescentando que, às vezes, as pessoas nem desconfiam dos verdadeiros agressores. “Pequenos detalhes que as crianças emitem podem ser fundamentais para evitar uma tragédia, pois estatísticas mostram que 5% das vítimas de maus tratos acabam morrendo na mão dos agressores”, finaliza Cardoso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário