Pesquisa divulgada nesta sexta-feira (12) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com base em estatísticas do Registro Civil, aponta que para cada morte violenta de uma mulher no Brasil ocorreram, em 2009, cerca de quatro mortes violentas de homens. O levantamento considera mortes violentas os óbitos causados por homicídios, suicídios, acidentes ou qualquer outra causa não natural.
No ano passado, foram registrados 1,09 milhão de óbitos no Brasil, das quais 108 mil (10%) foram violentos. Enquanto entre os homens 14,94% das mortes registradas foram violentas, entre as mulheres o percentual cai para 3,82% --o que representa uma proporção de 3,9 homens para cada mulher.
A proporção sobe no Nordeste (4,6 homens para cada mulher) e Centro-Oeste (4,2). Nas regiões Norte (3,7), Sudeste (3,6) e Sul (3,0) as proporções são menores do que a média nacional. Entre os Estados, o Rio de Janeiro apresenta a maior proporção (5,5), seguido de Alagoas (5,3), Bahia (5,3), Paraíba (5,3) e Pernambuco (5,2). Na ponta oposta estão Roraima (1,5 homem para cada mulher), Maranhão (2,7) e Tocantins (2,7).
“O homem se expõe muito mais do que a mulher. Por exemplo, nas organizações criminosas há praticamente só homens, assim como há mais homens trabalhando na construção civil”, afirma Adalton Amadeu Bastos, pesquisador do IBGE que gerenciou o estudo.
Faixa de maior risco
A incidência de mortes violentas é maior entre jovens e adultos entre 15 e 24 anos. Do total de mortes violentas de homens registradas em 2009, 68% foram nessa faixa de idade. Entre as mulheres, o percentual foi de 33,7%.
No Sudeste, os percentuais para esta faixa etária sobem para 73,7% entre os homens e 35,9% entre as mulheres. O Sul possui o maior percentual de mortes violentas entre mulheres (38,6%) e o Norte os menores percentuais tanto entre homens (55,5%), quanto entre mulheres (25,8%).
De acordo o IBGE, o conjunto de óbitos violentos envolvendo homens aumentou no Brasil a partir dos anos 1980. Nas duas últimas décadas, o percentual nacional manteve-se praticamente estável e sofreu leve declínio nas regiões Sudeste --de 15%, em 1990, para 14,26%, em 2010-- e Centro-Oeste (20,46% para 18,15%). Em contrapartida, uma tendência crescente pôde ser observada nos últimos 20 anos nas regiões Norte (15,1% para 17,9%) e Nordeste (11,38% para 15,07%).
Com relação a mortes naturais, os óbitos de homens também superaram o de mulheres. No total, foram registradas em 2009 528,2 mil mortes de homens e 442,8 mil de mulheres. Em todas as faixas de idades --inclusive entre bebês que morreram antes de completar uma semana-- as mortes foram mais recorrentes em homens, exceto a partir dos 90 anos, quando o número de mulheres mortas passa a ser maior.
Fonte:Guilherme Balza
Do UOL Notícias
Em São Paulo
Do UOL Notícias
Em São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário