20/01/2011 23h49 • Rafael Takano
"Trabalho, estudo, dou duro o dia inteiro! Kassab anda de carro e ainda rouba o meu dinheiro" é o grito tradicional do ato
Segundo estimativa da PM, a festança reuniu entre 3.000 e 3.500 estudantes e trabalhadores na Pça. do Ciclista, na esquina da Av. Paulista com a Consolação, às 17h. Ocupando apenas duas faixas do cartão postal paulistano, os manifestantes cantaram e batucaram até a Pça. Oswaldo Cruz.
Uma semana depois de serem recebidos com balas de borracha e bombas de efeito moral, os manifestantes não se intimidaram com a presença de 70 policiais militares, em 22 motos e outras viaturas. Como deixou claro o comandante da operação, tenente Zamdonadi, o ato era pacífico e o trajeto já estava acordado com membros do MPL (Movimento Passe Livre).
O ato fez parte da série de manifestações contra o reajuste da passagem de ônibus de R$2,70 para R$3 que aconteceu no último dia 5. Isso representa um aumento de 11% na tarifa, incompreensível quando comparado aos 5,83% da taxa de inflação de 2010, de acordo com dados da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). São Paulo tem a tarifa de ônibus mais cara do país.
Climão Maneiro
Ao som da tradicional bateria e trompetes, os manifestantes provocavam o prefeito da cidade: "Ei, Kassab, vai tomar... busão". Pularam todos juntos cantando o bordão "Quem não pula quer tarifa", e desceram até o chão embalados pelo funk que diz "Dance Kassab, dance até o chão, aqui é o passe livre contra o aumento do busão".Estudantes de diversas idades e trabalhadores de diversos setores se divertiram pulando, cantando e dançando. A chuva que caiu na região algumas horas antes não refrescou o calor, obrigando alguns manifestantes a recorrerem às loiras geladas em lata.
A massiva presença feminina contribuiu para chamar a atenção de pedestres e motoristas, que, buzinavam e faziam sinais de apoio. Apesar de muito envolvidos com a causa, não pode-se negar que o clima de paquera permeava os manifestantes.
Motoristas, motoqueiros e passageiros de ônibus parados na Av. Brigadeiro Luiz Antônio, concordaram que o preço atual é um abuso e, salvo raras exceções, apoiaram o movimento e não ligaram de ficar parados em seus carros enquanto a manifestação passava.
Eles puderam assistir de camarote ao discurso de um membro do MPL, que fez as vezes de um pastor exorcizando o "encosto" da tarifa. Enquanto os mais de 3.500 manifestantes ouviam as palavras amplificadas por um megafone, um grupo de manifestantes trazia uma bandeira de São Paulo que acabou queimada em meio a festejos e fogos de artifício.
Caso você resolva aparecer no terceiro ato, marcado para o dia 27/01, às 17h em frente ao Teatro Municipal (Pça Ramos de Azevedo), já vá decorando algumas letras:
"Trabalho, estudo, dou duro o dia inteiro! Kassab anda de carro e ainda rouba o meu dinheiro!"
"Dance Kassab, dance até o chão, aqui é o passe livre contra o aumento do busão. A luta contra o aumento vai te atormentar, tira a catraca senão vamos quebrar"
"Chega de aumento pra deputado. E para o povo, só ônibus lotado!"
“Quem não pula quer tarifa”
“Não dá pra esconder, o que eu sinto por você, Kassab. Não dá, por três reais não dá”
“Onde já se viu? É a maior tarifa do Brasil” (versão light)
“Pula, sai do chão, contra o aumento do busão”
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