Adolescente foge com a filha de um abrigo em RP 04/09/2008 Diariamente ela amamentava a criança e aproveitou o horário de visitas para levá-la. EP

Esse é o tipo de situação que todo o Sistema de Garantia de Direitos errou, começando pelo Conselho Tutelar.

Adolescente foge com a filha de um abrigo em RP
04/09/2008

Diariamente ela amamentava a criança e aproveitou o horário de visitas para levá-la.

EPTV Ribeirão

04/09/2008 - 16:35 - Uma menina de 14 anos fugiu de um abrigo de Ribeirão Preto levando a filha recém-nascida de 20 dias na tarde de quarta-feira (3). Ela estava amamentando o bebê e aproveitou o movimento do horário de visitas para sair com a criança.

Os muros altos, o olho mágico e as portas sempre com a chave não conseguiram evitar que o bebê fosse retirado do Centro de Adoção de Ribeirão Preto (Caribe). O Conselho Tutelar decidiu colocar a menina em um abrigo e a filha em outro. Diariamente ela ia ao local para amamentar o bebê.

Fernando Antônio de Oliveira, vizinho do abrigo, tentou correr atrás da menina, mas foi impedido por outra mulher que a acompanhava. "Elas estavam em cinco e uma me deu um tapa", explica.

A adolescente morava, de forma improvisada, com os tios em uma favela. Quando a criança nasceu, ela passou a viver no abrigo Travessia. Desde a tarde de quarta-feira, assistentes sociais procuram pela adolescente.

Nesta quinta-feira (4), a direção do abrigo pediu ao juiz da Infância e da Juventude um mandado de busca e apreensão. A autorização permitirá, se necessário, a escolta da polícia para a localização da menina. "A mãe e o bebê estão em risco. A separação foi necessária, pois o Caribe não pôde acolher a mãe, mas a visita diária era para diminuir o distanciamento", explica Marlene Domingos dos Santos, coordenadora do abrigo Travessia.

Na manhã desta quinta-feira (4), às 9h, a adolescente esteve no núcleo de liberdade assistida e chorou muito. Ela não contou que havia retirado a criança do abrigo. Os funcionários do núcleo não sabiam do caso e a adolescente sumiu sem deixar pistas.

De acordo com a conselheira tutelar Bernadete Araújo, não era possível manter a criança junto à mãe, pois ela tinha uma vivência de rua e o bebê tinha nascido de sete meses e necessitava de cuidados especiais. "O abrigo e a polícia deverão encontrar a adolescente e as medidas cabíveis serão tomadas", explica.