Infância Urgente

domingo, 14 de setembro de 2008

Menina de 1 ano morre em creche clandestina em SP

BRUNO RIBEIRO
do Agora

Uma menina de um ano morreu ontem à tarde em uma creche clandestina
na Vila Medeiros (zona norte de SP), de causas ainda desconhecidas.
Segundo a dona da creche, Marli dos Santos, 52 anos, informou à
polícia, a menina estava com catapora desde o dia 5 e vinha passando
mal ao longo do dia.
Por volta das 16h, ela sofreu uma parada respiratória e já estava
morta quando os bombeiros foram chamados.
De acordo com administrador de empresas José Carlos dos Santos
Júnior, 36 anos, filho de Marli, ela disse ter ligado ontem diversas
vezes para a família buscar a criança, mas a mãe da menina teria dito
que não poderia sair do trabalho porque o patrão não deixava.
Depois do almoço, o estado de saúde da menina piorou e, segundo
Santos, ela foi isolada das demais crianças.
Às 15h30, Marli teria notado que a criança parou de respirar e chamou
o Corpo de Bombeiros para atendê-la. "O operador do 193, por
telefone, ficou me instruindo a fazer massagem cardíaca nela", disse
Santos.
A menina morreu na sala da casa onde funciona a creche antes que o
socorro chegasse. Os bombeiros notificaram a polícia do fato
acontecido.
Antes da chegada dos bombeiros, a mãe da menina teria sido informada
novamente sobre o quadro de saúde da filha e seguiu para a creche.
Ela foi informada sobre a morte pelo Corpo de Bombeiros assim que
chegou à casa, às 16h30. Testemunhas da rua disseram que a mulher
começou a passar mal e foi levada embora por amigos. O pai da menina
foi até o 39º Distrito Policial (Vila Gustavo) e prestou depoimento.
A creche, segundo Santos, funciona há mais de 30 anos. É uma casa
alugada, de três cômodos, que abriga cerca de 30 crianças. No local,
apenas Marli e uma assistente de 23 anos cuidam de todas as
crianças. "Agora deve vir fiscalização, o lugar deve fechar. Mas
nunca tivemos problemas para funcionar", disse Santos, que confirmou
que a casa não tinha nenhuma licença de funcionamento.
"Não temos fins lucrativos. As mães ajudam a comprar comida e pagar
as contas da casa", completou.
A casa passou por perícia e o corpo da menina seguiu para o IML
(Instituto Médico-Legal).
Segundo o filho da dona da creche, a menina vinha sendo tratada da
catapora com medicamentos receitados em uma farmácia sem passar por
consulta médica. A Polícia Civil apreendeu um vidro de xarope e outro
com dipirona sódica que a menina estava tomando. As roupas que a
criança usava também foram retiradas e enviadas à perícia.
Os pais da criança não foram encontrados na noite de ontem. Na
delegacia, ninguém da polícia quis dar entrevista.

fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u444170.shtml

Nenhum comentário: