O médico e representante da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (Inca), Renato Melaragno, informou que o câncer infanto-juvenil é a doença responsável pelo maior número de mortes de crianças acima de quatro anos no Brasil. Quando se inclui outras causas de mortes, que não apenas doenças, o câncer perde apenas para a violência urbana e os acidentes. Ele participa agora de audiência pública sobre o tema na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e chamou a atenção para a carência de assistência às crianças e adolescentes doentes de câncer.
- No Brasil, nós não atingimos a sobrevida que já existe em outras partes do mundo, que é de 75% a 80% dos pacientes. Estamos na faixa de 50% a 60% de cura , o que é baixo - analisou o expositor, apontando como principal problema a falta de recursos públicos para os tratamentos. Segundo Renato Melaragno, a tabela do Sistema Único de Saúde (SUS), com valores muito baixos de pagamento aos profissionais de saúde e às clínicas, acabam gerando ônus para as famílias e instituições privadas que cuidam dos doentes.
Ele contou que cada criança em tratamento pode custar até R$ 12 mil por mês e o SUS paga no máximo R$ 1,2 mil pela mesma criança. Melaragno garantiu que não existe falta de competência ou atualização dos médicos brasileiros especializados em oncologia.
O especialista citou ainda dificuldades que crianças carentes ou mesmo da classe média têm em obter medicamentos de ponta e que já são utilizados no restante do mundo para o tratamento do câncer. Para o médico, o acesso aos remédios mais eficazes deve ser democratizado, por ação do Poder Público.
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(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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