Infância Urgente

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Evasão de jovens preocupa no Paraná, diz Unicef

O acesso à educação pública melhorou sensivelmente nos últimos dez anos. Em contrapartida, o sistema educacional ainda tem como desafios derrubar o índice de reprovação no ensino médio, que dobrou entre 1999 e 2007, e diminuir a evasão escolar de adolescentes, a partir dos 15 anos. Essa análise consta no relatório Situação da Infância e Adolescência Brasileira - O Direito de Aprender, elaborado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

O estudo, que cruzou dados do Ministério da Educação (MEC) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que a reprovação chegou a 12,7% dos que cursavam o ensino médio em 2007. A análise mostra também que a população de maior risco social, como indígenas, crianças negras, residentes na zona rural e portadoras de deficiências, têm qualidade de vida muito aquém da mostrada pelos indicadores nacionais.

No Paraná, a maior preocupação, segundo o Unicef, deve ser na atenção às crianças com menos de 5 anos e com os maiores de 15 anos. Na primeira faixa, há falta de vagas em escolas e creches. E na segunda, dos 15 aos 17 anos, a evasão escolar é o que mais preocupa. Enfrentar as disparidades e consolidar os avanços obtidos, segundo o Unicef, é o principal desafio na gestão da educação no País.

Segundo informações passadas pela entidade, milhões de meninas e meninos estão hoje dentro das salas de aula e o analfabetismo tem caído ano a ano, especialmente entre os brasileiros mais jovens. Os grandes desafios, agora, são consolidar esses avanços, garantindo a cada criança e adolescente uma educação de qualidade, e reduzir as desigualdades.

Desigualdades
O Unicef relaciona o estudo com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), demonstrando que o Brasil caminha para a universalização do ensino fundamental, mas precisa potencializar avanços reduzindo as desigualdades.

Para isso, o relatório aponta as desigualdades que o País precisa superar, especialmente as regionais, étnico-raciais, socioeconômicas e também as relacionadas à inclusão de crianças com deficiência” - mostra a análise, que também destaca a necessidade de inclusão de outras camadas como afros-descendentes, indígenas e quilombolas.

Comparando dados com outro levantamento feito em 2001, o relatório mostra que o País vem vivenciando, desde o final do século XX, um período de melhoria significativa em todos os indicadores que medem as oportunidades de acesso, permanência, aprendizagem e conclusão da Educação Básica.

A análise da evolução do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) revela progressos que devem ser comemorados: mais de 70% dos municípios brasileiros superaram ou atingiram as metas do Ideb referentes aos anos iniciais do Ensino Fundamental para 2007, acordadas com o Ministério da Educação (MEC), no âmbito do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE).

No Estado
No caso do Paraná, o estudo mostra uma redução nos números absolutos de crianças com até 3 anos sem creche. Em 2001, o Estado tinha 602 mil crianças, com idade até 3 anos, fora da creche - eram 430 mil em 2007. O índice caiu de 79,4% para 44,7% do total, e é essa uma das preocupações: apesar do avanço, continuam faltando creches para atender crianças nessa faixa etária.

Na faixa que vai de 4 a 6 anos, a redução foi mais substancial. Em 2001, havia 240 mil crianças sem atendimento; em 2007, tinha 132 mil. De 7 a 14 anos, 51 mil crianças estavam fora da escola em 2001; e 39 mil em 2007. Na faixa de 15 a 17 anos, havia 138 mil adolescentes fora das salas de aulas em 2001; e 108 mil no último levantamento.

O grande crescimento, segundo os dados levantados, foi de crianças e adolescentes, em idade escolar estudando. Na faixa de até 3 anos, o índice subiu de 11,3% para 20,6% entre 2001 e 2007. Dos 4 aos 6 anos, cresceu de 55,2% para 72,8%. De 7 a 14 anos, faixa em que o Paraná tem um dos melhores índices do Brasil, cresceu de 96,5% para 97,5% das crianças atendidas.

Mesmo na faixa que mais causa preocupação, por indicar que após os 15 anos os adolescentes continuam deixando de estudar para trabalhar, ou mesmo para vagar nas ruas, também houve evolução: o porcentual de permanência nos bancos escolares cresceu de 75,1% em 2001, para 81,5% em 2007.

fonte:O Diário

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