O desemprego dos pais é o principal motivo de crianças e adolescentes viverem em abrigos na cidade de São Paulo. A falta de emprego dos pais leva 13% dos menores às instituições. O desemprego foi seguido por negligência familiar (11%), e falta de moradia (10%). Os dados são da pesquisa Famílias de Crianças e Adolescentes Abrigados do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Criança e o Adolescente da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
A levantamento foi feito com 49 famílias que frequentemente visitam crianças e adolescentes abrigados. Justificativas como "para não ficar na rua" (10%) e violência por parte de outra pessoa (7%) também foram bastante citados pelos parentes entrevistados.
"As famílias são incapazes de cuidar [das crianças e adolescentes] principalmente por questões econômicas. Não têm habitação, a mãe mora na casa da patroa, por exemplo. Muitas vezes, existe uma mudança grande de companheiro, e muitas situações de violência. Acontece que o novo companheiro não quer ficar com as despesas da criança de outra ligação", explicou uma das coordenadoras do estudo, Myrian Veras Baptista.
Um dado relevante mostrado pela pesquisa é que 98% das famílias entrevistadas têm a intenção de retirar a criança e o adolescente dos abrigos e levá-los para casa. No entano, os menores que vivem nos abrigos e têm famílias são aproximadamente 60%.
"Da parte das crianças, o grito é intenso. Querem a todo o preço voltar para a casa, mas isso nem sempre será possível. Mas daqueles que têm família, uns 60%, há alguma perspectiva de retorno", afirmou Mariano Gaioski, coordenador dos abrigos do Educandário Dom Duarte, em São Paulo.
Bruno Bocchini
Da Agência Brasil
Em São Paulo
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