Infância Urgente

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Avaliação das Conferência de Direitos Humanos

Depois de parcialmente terminada as conferências, penso que da minha parte cabe aos leitores do meu blog uma avaliação do que foi esse processo de Conferências de DH.

Primeiro acredito pessoalmente que estamos ainda em um processo de incompletude democrática, ainda não efetivamos os mecanismos de participação popular nos processos decisórios da coisa pública, apesar da urgência de constituir e fortalecer esses mecanismos, temos que olhar para história e fazer uma analise realista e entender que só nesse último período é que estamos tentando vivenciar a democracia de forma plena. Não podemos deixar de perceber que a cultura centralizadora da democracia representativa, ainda durante muito tempo resistirá a uma nova cultura no exercício do fazer politico.

Esses são aspectos muito relevante nessa pequena avaliação, porque diz respeito não só a postura dos representantes do Poder Publico(especialmente os do Poder executivo) como também o da sociedade civil.

Passemos a analise.

Durante esses 3 meses vivenciamos duas situações, a primeira diz respeito a resistência do Poder Executivo em dividir com a sociedade civil as decisões politica da conferência e a segunda os órgão que compõem o estado, portanto o Poder Público em se entender como tal. Esse foi o primeiro desafio a se superar.

Vencida essa etapa, o processo desencadeado pela sociedade civil que estava à frente junto com alguns órgãos do Poder Público, foi da maior grandeza, lucidez e preocupação com uma construção coletiva e consistente.

Ao longo desse tempo varias foram as reuniões da sociedade civil, para pensar , aprofundar e discutir os caminhos a se seguir nas conferências.

As conferências regionais indicavam que foi acertado a realização de conferências em 18 regiões do estado,mas já indicava que alguns problemas iríamos ter ao longo do processo.

Infelizmente, o que em algumas regiões acabou prevalecendo não foi o interesse pelo debate do projeto politico de Direitos Humanos que estávamos defendendo e sim o interesse de diversos grupos, que acabavam não contribuindo nem acumulando no debate que estava sendo proposto.

O quadro de disputa pelo espaço pessoal se agravou na Conferência Estadual, quando, ai fazendo a mea culpa, entendendo que a melhor forma de escolha dos delegados (depois de longas horas de debate sobre a qualidade da escolha) seria na auto-identificação dos segmentos, como havia sido sem maiores problemas na Conferência regional da cidade de São Paulo, que transcorreu sem transtornos maiores.Quando foi aprovado essa qualidade de escolha, abandonando a proposta de chapas, o que se viu foi um espetaculo, que com palavras seria difícil de descrever, então , prefiro utilizar uma musica muito cantada pelos mais lúcidos:



Claro, que todo esse esforço para sairmos dos nossos quadrados e construir uma pauta coletiva, acabou sendo maculado, para se ter uma ideia, não acabamos a conferência tendo que marcar uma conferência extra-ordinária para acabar de fazer a discussão dos eixos restantes(4), mas talvez a fala mais lúcida tenha sido o da Amelinha Teles, antiga militante dos Direitos Humanos, que refletia que o que ali acontecia era a ausência de espaço de dialogo,pois eles estavam existindo mais e o que se via na conferência com toda aquela situação, era a expressão dessa necessidade.

Depois de muito sofrer, com tudo que aconteceu vejo agora que a importância da fala da Amelinha, e penso que o que nos resta é retomar com mais força e energia esses espaços de troca e construção coletiva, para que o nosso quadradinho que a Pós-Modernidade nos colocou possamos supera-lo para o bem da luta coletiva!

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