Infância Urgente

domingo, 13 de julho de 2008

18 anos, nem um problema resolvido sequer colocado!

Nesse 13 de Julho, o ECA completa 18 de sua promulgação, fato que por si só é uma vitória de uma legislação que tem sua grande força na mobilização popular.

Não consigo fazer uma analise positiva, como em muitos textos que eu li nesse ano de comemoração desse marco histórico na vida da lei. Mas também, não me dobro ao pessimismo definitivo daqueles que não acreditam em nada, fico assim no meio termo entre o ceticismo/otimismo reconhecendo essa dubiedade da minha alma.

Sou um cético, em relação ao que as minhas vistas alcançam,os dados denunciam e a realidade escancara.

É difícil crer que em tendo umas das melhores legislações relativas a infanto-adolescência do planeta, estamos longe de resolver as contradições e flagelo impostos aos meninos e meninas.

Impossível acreditar que temos ainda, depois de tanto tempo, tantas violações dos direitos de crianças e adolescentes, e não apenas o tempo, mas também o atual contexto econômico do nosso país - que já é a 7a economia do mundo caminhando à passos largos para se tornar a 6a, sendo a segunda das Américas e em breve(em 20 ou 30 anos) pelas previsões, sendo umas das 4 grandes economias - nos mostra que ainda estamos em uma condição de 20, 30 anos atrás na esperança de que o Brasil será o país do Futuro! Sinto informar-lhes que o futuro chegou. Somos uma potência mundial, aprendiz de imperialista e com voz ativa nas grandes decisões mundiais.

Dentro desse contexto, querendo ditar a política de outros países o que não gostaríamos, mas é uma realidade, o Brasil não fez o dever de casa. Na verdade o que assistimos é um país sem compromisso com seu povo e claro isso é manifesto quando não investe em seu presente.

No contexto macro ainda temos a crise dos alimentos e ambiental, que somos novamente a voz forte, sabendo que essas duas questões afetam os mais fracos e principalmente a infância, mas como o nosso "amado" governo acredita que nada disso é de sua conta, então o agronegócio que determina essas duas questões não pode ser importunado, de quebra ainda servimos a mão de obra de milhares de infantes para ser exploradas e escravizadas.

Além de tudo isso, ainda temos a responsabildade dos movimentos sociais e entidades de atendimento às crianças e adolescentes. O primeiro, sem saber o que efetivamente é, se é movimento social ou de ongs, ou ainda se é linha auxiliar dos governos de plantão. E o segundo catando as migalhas e caindo em armadilhas espalhadas pelo meio do caminho e em nome de um suposto "compromisso" - que precisamos descobrir qual é - se submetem a qualquer negócio!!

Assistimos passíveis ao sangue sendo derramado nas ruas escuras das favelas da periferia, ou então aos meninos de pele escura apinhados e sendo torturados nos campos de concentração "modernos"!

Diria que é um quadro desanimador, mas não permitirei que roubem meus sonhos e esperanças, portanto acredito com toda a minha energia que a nossa ação poderá mudar esse quadro perverso apresentado.

E as crianças e Adolescentes?

Como diria o nosso maior poeta,ou melhor parafraseando-o: "Dezoito anos e nenhum problema resolvido, sequer colocado."

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