Infância Urgente

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Senado endurece lei que criminaliza pedofilia

Senado endurece lei que criminaliza pedofilia

Pelo projeto, possuir e guardar imagens será crime

JOHANNA NUBLAT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Senado aprovou na noite de anteontem um projeto que criminaliza a posse, a armazenagem e a aquisição de material pornográfico ou de sexo explícito com crianças e adolescentes. A legislação atual prevê punição só para quem produz, divulga ou vende essas imagens.
O projeto de lei 250 de 2008 teve origem na CPI da Pedofilia do Senado. Na seqüência, ele ainda precisa ser aprovado na Câmara dos Deputados.
No primeiro semestre deste ano, a ONG Safernet recebeu denúncia de existência de pedofilia em 27.883 páginas de internet. No mesmo período de 2007, foram 14.465. Mais de 80% dessas são do Orkut.
Além de tipificar todo o processo de transferência de material pedófilo como crime, a proposta amplia o leque de comportamentos ilegais.
Coagir crianças a participar de cenas de pornografia ou de atos libidinosos também passa a ser crime, com pena de reclusão de um a três anos e multa. Outra atitude que passa a ser ilegal é a simulação, por meio de montagem, da participação de crianças em cenas de sexo.
A pena para quem produz ou vende imagens de crianças ou adolescentes em cenas de sexo passa de dois a seis anos para de quatro a oito anos.
Se o adulto envolvido no crime tiver laços estreitos com a criança -grau de parentesco, hospitalidade ou autoridade sobre a vítima-, poderá ter a pena aumentada em um terço.
"Normalmente os crimes que ocorrem fora da internet envolvem pessoas próximas", afirmou o senador Magno Malta (PR-ES), presidente da comissão autora do projeto.
Se aprovadas, as modificações vão alterar o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) nos artigos 240 e 241.

Internet
Apesar de abarcar também o contato físico, o projeto trata basicamente do comportamento de usuários da internet.
"Quem registra o abuso normalmente divulga, armazena ou vende", disse Thiago Tavares, presidente da Safernet.
Ainda de acordo com Tavares, o Brasil é um dos últimos países a criminalizar a posse de material com pornografia infantil. Uma das conseqüências negativas, afirma ele, é a dificuldade de a polícia fazer o flagrante do crime, pois é preciso presenciar o usuário transmitindo imagens.
"Não tendo prisão, a sensação de impunidade aumenta, o número de crimes aumenta e isso vira um círculo vicioso que não tem fim", disse.
Outra proposta aprovada anteontem no Senado, a 76 de 2000, também modifica, em um de seus artigos, o ECA e torna crime a armazenagem de material pedófilo.

Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1107200814.htm

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