Infância Urgente

quinta-feira, 10 de julho de 2008

JUSTIÇA PARA CARLOS RODRIGUES JÚNIOR, O JUNINHO, DE 15 ANOS, TORTURADO E MORTO EM 15 DE DEZEMBRO DE 2007, EM BAURU

JUSTIÇA PARA CARLOS RODRIGUES JÚNIOR, O JUNINHO, DE 15 ANOS, TORTURADO E MORTO EM 15 DE DEZEMBRO DE 2007, EM BAURU


Setores do Poder Judiciário acabam de, mais uma vez, mandar um recado à população pobre do Estado de São Paulo: "Policiais militares, podem torturar e matar à vontade qualquer pessoa pobre. Podem torturar e matar que nós garantimos!"

De que outra maneira se pode interpretar a libertação, primeiro, em 15 de abril passado, dos soldados Emerson Ferreira, Juliano Arcângelo, Ricardo Ottavianni e Maurício Delasta, bem como do cabo Gérson Gonzaga, decretada pelo juiz Benedito Okuno, da 1ª Vara Criminal de Bauru? E agora, a libertação do tenente Roger Marcel Vitiver Soares, decretada pelo Superior Tribunal de Justiça, de Brasília?

Esses seis policiais militares são responsáveis pela morte, sob tortura, do adolescente Carlos Rodrigues Júnior, o Juninho, de 15 anos, dentro da casa dele, no Bairro de Mary Dota, em Bauru. Durante a madrugada de um sábado, 15 de dezembro de 2007, com um fio desencapado, em apenas meia hora, deram 32 choques elétricos na cabeça, tórax, saco escrotal, pálpebras, orelhas, face e na região mamária esquerda, levando à arritmia cardíaca e à morte. Juninho tinha ainda hematomas causados por cigarros acesos, socos e pontapés.

De que adiantou na ocasião o comandante do 2º Batalhão da Polícia Militar do Interior, tenente-coronel José Humberto Nardo, ter reconhecido imediatamente se tratar de um "crime militar" e ter prendido os policiais militares envolvidos? De que adiantou o trabalho célere do diretor IML de Bauru, Dr. Ivan Segura, providenciando o laudo atestando o que todos já sabiam? De que adiantou a frase altissonante do governador Serra, declarando o crime "uma brutalidade inaceitável" e que o Estado de São Paulo iria tomar a iniciativa de pagar uma reparação à família?

A reparação espetacularmente anunciada não tinha sido paga até maio passado. Porém palavras ocas de indignação e ofertas de dinheiro não substituem a justiça. As decisões do Poder Judiciário são um recado aos policiais militares que costumam humilhar, bater, torturar e executar sumariamente. "Podem continuar que nós garantimos a impunidade!"



PSOL-SP

Nenhum comentário: