Em um país que ainda não definiu a sua real identidade, e essa está em disputa, o Mário de Andrade no século passado, teve a lucidez que poucos tiveram, que foi entender que tem um personagem em nossa cultura, que muito reverenciamos, que é o Macunaima, o heroi sem carater.
Esse personagem, acabou povoando a alma do nosso povo, virou o bom malandro, o corrupto permitido, o politico que só se da bem, o empresário que compra o seu estilo de vida com o sangue de muitos e por ai vai. Temos hoje um personagem emblemático da alma macunaimica, o banqueiro(será que é mesmo?) Daniel Dantas , figura que desdde o tempo do FHC vem povoando as páginas dos jornais e revistas desse país, transitando entre as paginais sociais às páginas policiais. É o nosso grande macunaima , que parece até que tem parte da sociedade que torce para que ele saia impune de todos os seus crimes!
Eis que para que atrapalhar a saga do heoir sem carater, um Dom Quixote que destemido, não teve nenhum medo de enfrentar o homem sem carater nenhum. Fou seu mal que não viu muitas pás do moinho de vento que não o permitiram atacar o grande dragão do nosso país!!
Protógenes Queiroz
PF faz busca e apreensão nas casas de Protógenes
Pedido partiu de delegado que investiga vazamentos durante Operação Satiagraha
Mandados judiciais também tiveram como alvo outros policiais que atuaram na investigação que resultou na prisão do banqueiro Dantas
RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Federal cumpriu ontem mandados judiciais de busca e apreensão no apartamento do delegado Protógenes Queiroz, alugado em Brasília, no quarto de hotel que costuma ocupar em São Paulo e no apartamento de seu filho, no Rio.
As buscas também tiveram como alvo casas de outros policiais federais que atuaram na Operação Satiagraha. Em julho, a operação levou à prisão o banqueiro Daniel Dantas e outros executivos do banco Opportunity, além do investidor Naji Nahas e do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta.
Em entrevista concedida ontem à noite, Protógenes contou ter sido acordado às 5h de ontem por um delegado, uma escrivã e dois agentes da PF, num quarto do hotel Shelton, no centro de São Paulo. Na noite anterior, ele dera palestra a estudantes de jornalismo. Considerou a medida "uma violência" como parte de suposta "trama" para desfocar o caso Dantas (leia texto à pág. A6).
Os policiais levaram um notebook, o telefone celular e um rádio usados pelo delegado. O quarto do hotel foi revirado pelos policiais, que disseram buscar evidências de vazamento da Operação Satiagraha.
Outro policial federal que atuou na Satiagraha disse à Folha que também sua casa foi revirada por agentes da PF, ontem pela manhã. Segundo ele, os policiais diziam procurar supostas escutas telefônicas ilegais que, de acordo com o agente, inexistiam. Considerou a busca em sua casa um "recado" e parte de "operação abafa".
Vazamentos
Protógenes foi o coordenador da Satiagraha e deixou-a em julho, em meio a denúncias de que teve seu trabalho obstruído por delegados da direção geral da PF, em Brasília.
Em nota oficial divulgada ontem, a PF afirma que cumpriu "em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal de São Paulo no interesse das investigações sobre o vazamento de dados sigilosos da Operação Satiagraha".
Segundo a PF, a investigação sobre vazamentos é presidida "por autoridades da corregedoria geral" da PF, ligada à direção geral do órgão, em Brasília.
Em abril, a Folha revelou que havia uma investigação contra os executivos do Opportunity. No relatório que entregou à Justiça Federal, Protógenes atacou a reportagem e pediu a prisão da jornalista Andréa Michael. A prisão foi negada pela Justiça. Em nota, a Folha repudiou a atitude do delegado e ressaltou o interesse público da notícia divulgada.
Um segundo vazamento investigado pela PF teria ocorrido no dia da operação, em 8 de julho, quando uma equipe da Rede Globo filmou o flagrante da prisão de Pitta.
O inquérito que culminou com as apreensões de ontem tem como origem requerimento do senador Heráclito Fortes (DEM-PI), ligado a executivos do grupo Opportunity.
Os mandados foram expedidos pelo juiz federal Ali Mazloum, da 7ª Vara Criminal de São Paulo. Ele foi citado em relatórios da PF em 2003, na Operação Anaconda, mas depois inocentado das suspeitas em diversas instâncias judiciais (leia texto à pág. A6).
Ouvido pelo juiz antes da expedição dos mandados, o procurador da República Roberto Dassié foi contrário à medida. Em agosto, ele abriu procedimento para averiguar denúncias feitas por Protógenes sobre supostas dificuldades enfrentadas pela operação.
Em ofício à Justiça, o delegado disse que não teve atendidos pedidos de reforço de pessoal.
Dias após a prisão de Dantas, em julho, Protógenes deixou o comando da investigação. Em seguida, protocolou o ofício. A explicação oficial da PF para a saída do delegado foi a necessidade de ele passar por cursos de aprimoramento profissional, em Brasília. A equipe da PF que fez o trabalho de inteligência na Satiagraha foi desmantelada a partir do afastamento dele.
Fonte: Folha de São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário