Infância Urgente

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Ditadura em Paraisópolis

Polícia já fez mais de 10 mil revistas em apenas duas semanas

O cerco da Polícia Militar na segunda maior favela de São Paulo continua e os dados da própria polícia já dão o tom do cerco feito no local

18 de fevereiro de 2009

Os 400 policiais que estão invadindo a comunidade de Paraisópolis, segunda maior favela de São Paulo depois da de Heliópolis, desde o último dia primeiro, segundo um relatório da própria PM, já fizeram mais de 10 mil revistas entre os cerca de 80 mil moradores.

A polícia vem divulgando que deverá realizar na comunidade uma “virada cultural”, para supostamente melhorar o relacionamento com a população.

Os policiais do COE (Comando de Operações Especiais), que realizam a operação de revista foram os encarregados de promover a atividade claramente mostrando o interesse do governo de manter a polícia por mais tempo cercando Paraisópolis.

"Para mim, não mudou nada com a polícia aqui. Só que a gente fica mais assustada. Isso, sim", diz Maura, 37 anos (Último Segundo, 18/2/2009).

Os policiais do COE, como pôde ter conhecimento a nossa equipe de reportagem, estão entrando na casa dos moradores sem que tenham qualquer mandado judicial.

Os números da operação policial mostram o nível da intervenção policial em Paraisópolis.

A chamada “Operação Saturação” da Polícia Militar desde o dia 2, promoveu 10.642 revistas nas quais foram encontrados somente 3,4 quilos de maconha e 337 gramas de cocaína e quatro armas, o que mostra por si só que a operação permanece única e exclusivamente como uma represália ao protesto que realizou a população no último dia primeiro e não para ”combater o crime”.

A favela, que fica no bairro do Morumbi, em São Paulo, bairro mais rico da cidade, abriga o Palácio do governo e as manifestação dos moradores com barricadas e paralisação de vias contra a morte de quatro pessoas da comunidade pela polícia, fez com que em favor da burguesia fosse estabelecido um verdadeiro estado de sítio no local.

Fonte: Causa Operária onl-ine

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