Laryssa Borges
Direto de Brasília
As estimativas de tráfico de seres humanos em todo o mundo atingiu o patamar de 600 mil até 800 mil de vítimas em todo o mundo, informou nesta quinta-feira o Relatório Global sobre Tráfico de Pessoas, elaborado pelo escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). Ao todo, o crime movimenta de US$ 7 bilhões a US$ 9 bilhões
por ano e é apontado como uma das atividades criminosas mais lucrativas do planeta.
"Hoje o tráfico de pessoas já é a terceira economia no mundo do crime,quase superando a segunda colocação, que é o tráfico de armas", criticou o secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Junior. O primeiro lugar do ranking permanece com o tráfico de drogas. "Não podemos admitir em pleno século XXI gente enriquecendo vendendo gente", disse.
Dados complementares da UNODC apontam que, para além das perspectivas,21,4 mil pessoas já foram identificadas como vítimas de tráfico em 111 países. Os dados estão atualizados apenas até 2006, mas já indicam que 22% delas são crianças, vendidas como escravas e utilizadas como para mendicância ou exploração sexual. As vítimas, em sua maioria, são mulheres.
"O quadro mundial é grave e ainda estamos nos preocupando com a escravidão humana. Os dados surpreendem em relação às mulheres, já que 66% (das vítimas são elas)", comenta a Cínthia Freitas, representante-adjunta da UNODC.
O escritório das Nações Unidas não dispõe de dados consolidados sobre a responsabilidade do Brasil no tráfico de pessoas, mas registra que o país está "avançado e na direção correta", pois criou um Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.
"Muitos dados ainda precisam ser coletados para sabermos o tamanho real do problema", comenta Freitas.
Dos 155 países estudados pela UNODC, 54% criaram unidades especiais anti-tráfico dentro do sistema policial e apenas 29% apresentam pelo menos dez condenações por ano. No cenário brasileiro, em 2006 a Polícia Federal registrou oito casos de tráfico internacional e 15 de tráfico internacional, ao passo que a Justiça condenou 22 pessoas naquele ano.
Redação Terra
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