Sra Cristiane de Cássia,
Lendo sua matéria, não poderia me calar. Acompanhando a militância coerente do educador social Givanildo, aguardava com expectativa que esta matéria pudesse contribuir para o esclarecimento e para a política voltado aos direitos humanos de crianças e adolescentes. Porém, vejo uma matéria que sinaliza a defesa da violação. A Conferência Estadual (SP) e Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente afirmou a ilegalidade da doação casada.
A posição apresentada pelo Givanildo é a nossa, a do Forum Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, entendendo que a doação casada fere os princípios constitucionais e outras leis. Tal tese, inclusive, orienta atualmente os Centros de Apoio Operacional do Ministério Público da Infância e da Juventude, nacionalmente.
O que defendemos, em síntese, é uma lógica que reverta as desigualdades e que não mais permita o uso do poder econômico e político para benefício de poucos.
Infelizmente, sob a falácia de que exigir ética no jornalismo é praticar a censura, a mídia não permite a versão dos movimentos sociais ainda que esteja pautada na legalidade. Se um veículo de mídia tem compromisso com a transparência, deveria garantir a fala central de seus entrevistados. Se um veículo de informação não consegue avançar na perspectiva ética, no mínimo deve expressar a verdadeira fala do interlocutor.
Somos contra a censura, somos defensores da ética e dos direitos humanos. Saliento o entendimento internacional de que a informação parcial, distorcida ou coisa que o valha é uma violação destes direitos, até porque prejudicam principalmente aqueles que são a expressão da gritante desigualdade social.
Aurea Satomi Fuziwara, Presidenta do Cress-SP (Conselho voltado à ética do assistente social), militante do movimento de defesa dos direitos da criança e do adolescente, pesquisadora e docente sobre os temas de ética, direitos humanos e políticas sociais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário