SÃO PAULO - A polícia está investigando a morte de um jovem de 14 anos que trabalhava na colheita de laranja em Paulo de Faria, cidade a 529 Km da capital paulista. Ele foi atropelado por um trator, quando se deitou para descansar embaixo de uma árvore. O corpo dele foi enterrado neste domingo.
Era o primeiro dia de trabalho do jovem na lavoura. O Sindicato de Trabalhadores Rurais informou que é comum o emprego de menores na colheita de laranja na região. Segundo os menores, ele ganham R$ 0,70 por caixa de laranja colhida. Cada um, costuma colher entre 40 e 50 caxias por dia.
O Estatuto da Criança e do Adolescente diz que o trabalho de menores de 16 anos sob condições insalubres ou que oferecem perigo é proibido no Brasil. Mesmo assim, esta prática ainda persiste em muitos lugares do país, como em Paulo de Faria, onde o trabalho de adolescentes nas lavouras de laranja é comum.
Um jovem de 14 anos, que não quis ser identificado, diz que trabalha no pomar há um ano e que muitos menores fazem o serviço sem receber equipamentos de segurança.
- Você tem que levar caneleira, essas coisas. Você trabalha meio com medo, porque um dia lá eu vi matarem quatro cascavéis.
Um outro rapaz, de 16 anos, conta que os jovens recebem R$ 0,70 centavos por caixa de laranja colhida. Ele afirma que colhe de 40 a 50 caixas da fruta por dia.
Segundo o Sindicato, os adolescentes são agenciados por empregadores na cidade e transportados para o campo em veículos em péssimas condições: como um que está com pneus carecas, bancos quebrados e janelas que, no lugar dos vidros, têm pedaços de papelão.
O dono de um dos ônibus, que também é acusado de agenciar menores para o trabalho no pomar, nega as acusações.
- De menor não levo, porque os patrões não aceitam, sabe? E como os patrões não aceitam, eu vou fazer o quê com a criança lá? Que é que eu tenho que fazer com ela? Nada - conta o dono do ônibus, Alcides da Silva.
A dona da fazenda negou que menores trabalhem na propriedade. A presidente do Sindicato, diz que denunciou a situação ao Ministério Público do Trabalho de São José do Rio Preto em agosto do ano passado, mas até hoje nenhuma providência foi tomada.
- Já foi feita uma denúncia, já passamos vários emails para o Ministério do Trabalho e para o Ministério Público, mas até agora nada. De agosto para cá já foram várias denúncias efetuadas. Quero que fique bem claro que foi em agosto de 2008 e até hoje não tivemos nenhum retorno - disse Edilma de Andrade Poderoso, presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Paulo de Faria.
Fonte. TV TEN
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