Infância Urgente

domingo, 4 de outubro de 2009

Velha/Nova Febem/Fundação Casa 127

Jovens são transferidos após MP alegar condição desumana em ex-Febem
Chico Siqueira
Direto de Araçatuba

O promotor da Infância e da Juventude de São José do Rio Preto (SP), Claudio Santos de Moraes, disse nesta quinta-feira que fará uma visita à unidade da Fundação Casa da cidade na sexta para checar as condições em que os internos estão abrigados no local. De acordo com o promotor, 18 jovens estariam vivendo de forma desumana, dormindo em colchões espalhados no piso de um cômodo improvisado e comendo no chão, com o prato entre as pernas.
"Em visita que fiz à fundação no dia 25, constatei que eles estavam em condições desumanas. Era hora do almoço e eles estavam comendo no chão, com a comida entre as pernas, e dormiam em colchões esparramados pelo chão de um cômodo inadequado para abrigar qualquer pessoa", disse Moraes. Ele afirmou que, ao constatar a situação, enviou ofício ao secretário de Justiça do Estado, Luiz Antônio Marrey, e à presidente da Fundação, Berenice Maria Gianella, dando prazo de 15 dias para a fundação adaptar o local para receber os internos ou transferi-los de unidade
A assessoria de imprensa da Fundação Casa informou que o pedido do Ministério Público foi atendido. Segundo a assessoria, a direção da unidade transferiu ontem os 18 internos para outras unidades da região. A transferência, no entanto, não teria sido comunicada ao Ministério Público. "Não recebi qualquer comunicação sobre isso. Estou sabendo agora por meio da imprensa", disse Moraes.
Os cômodos usados pela Fundação eram locais para guardar sucatas, segundo ele. Ainda de acordo com o promotor, a situação ocorria devido à superlotação da unidade, que tem capacidade para 24 menores, mas tinha 42 quando ele foi visitá-la. Os 18 internos a mais são adolescentes que ainda não receberam sentença definitiva e estavam internados na Fundação em situação provisória.
De acordo com Moraes, o ofício não foi o primeiro aviso dado para a direção da unidade, pois a superlotação não é novidade. "Em visita anterior que fiz ao local há um mês, já tinha constatado que a unidade estava com dez internos a mais e pedi verbalmente à direção que solucionasse o problema, o que não foi feito", disse Moraes.
A Fundação negou que os menores estivessem em situação desumana pois o local onde estavam abrigados teria sido adaptado para receber os internos e que, em uma visita anterior, o juiz da Infância e da Juventude não constatou qualquer irregularidade.

fonte: http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4015491-EI5030,00.html

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