Infância Urgente

quinta-feira, 22 de julho de 2010

AI pede a Israel para pôr fim às demolições na Cisjordânia

A Anistia Internacional (AI) pediu às autoridades israelenses que ponham fim à demolição de lares palestinos e de outros edifícios na Cisjordânia depois que outros 74 foram derrubados nesta semana no vale do Jordão.

As demolições foram feitas pelo exército israelense nas aldeias de Hmayyir e Ein Ghazal, na região de Al-Farisiya, na segunda-feira passada, e como consequência foram retiradas de suas casas 107 pessoas, entre elas 52 crianças, denunciou a organização de direitos humanos em comunicado.

Segundo a ONU, neste ano foram demolidas pelo menos 198 casas de palestinos na Cisjordânia, o que causou o deslocamento forçado de cerca de 300 palestinos, a metade menores, enquanto outras 600 pessoas foram igualmente desabrigadas.

"As recentes demolições reforçam as suspeitas de que tudo é parte de uma estratégia governamental cujo objetivo é tirar a população palestina das zonas da Cisjordânia conhecidas como a área C, sobre a qual Israel tem controle total quanto ao planejamento urbano e construção", afirma Phiulip Luther, subdiretor da AI para o Oriente Médio e Norte da África.

O exército israelense não só destruiu tendas de campanha, cozinhas, lavadouros, edifícios agrícolas e estábulos para animais, mas causou graves danos também a caixas d'água, trigo destinado ao consumo humano e alimentos para animais.

As demolições aconteceram três semanas depois da ordem do exército aos palestinos para que evacuassem a zona. Ao contrário do que aconteceu em outras áreas da Cisjordânia, as comunidades de Hmayyir e Ein Ghazal não tinham sofrido demolições anteriores.

Segundo fontes palestinas e israelenses, a autoridade militar de Israel justificou as expulsões argumentando que os lares em questão se encontravam em uma "zona militar fechada".

A maior parte do vale de Jordão e da Cisjordânia ocupada ou foi declarada pelo exército israelense como "zona militar fechada" ou foi ocupada por 36 novas colônias israelenses. Os palestinos foram proibidos de fazer qualquer edificação nestas zonas.

Segundo informação publicada pelo jornal israelense Ha'aretz em 19 de julho, as autoridades militares israelenses seguem ordens do governo ao perseguir construções palestinas qualificadas como "ilegais" na área C.

Segundo os Acordos de Oslo, as autoridades israelenses mantêm o controle tanto civil quanto militar sobre as zonas que elas mesmas designaram como "área C", e que representam mais de 60% da Cisjordânia.

Os cerca de 150 mil palestinos que vivem ali são submetidos a estritas limitações de construção, mas também em questão da liberdade de movimentos.

"O sistema atual, pelo qual o Exército israelense é o único com poder de decisão sobre o que podem construir ou não os palestinos na maior parte da Cisjordânia ocupada é inaceitável", critica Luther, para quem "o planejamento urbano e a construção deveriam ser competência das autoridades palestinas locais".

EFE
EFE - Agência EFE - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da Agência EFE S/A.

Nenhum comentário: